Diante da tragédia, Temer prefere o silêncio (Andressa Anholete/AFP) |
O papa Francisco fez orações pelas vítimas da rebelião no presídio de Manaus na primeira audiência geral de 2017, realizada nesta quarta-feira. Ao todo, 60 pessoas morreram barbaramente no complexo penitenciário Anísio Jobim após uma rebelião. “Exprimo dor e preocupação pelo que aconteceu. Convido a todos para rezar pelos mortos, pelos seus familiares, por todos os presos daquele presídio e por aqueles que lá trabalham. E renovo meu apelo para que os institutos penitenciários sejam locais de reeducação e de reinserção social e as condições de vida dos presidiários sejam dignas de pessoas humanas”, disse o sumo pontífice.
Nesta terça, de acordo com uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a avaliação no Planalto era de que a ação do governo já estava sendo cumprida com a atuação do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que foi para Manaus. Segundo auxiliares de Michel Temer, o presidente iria aguardar o “diagnóstico” de Moraes e apenas depois definir se tomará ações. Moraes já foi, viu, falou e voltou para Brasília. Temer segue em silêncio.
É difícil entender o que Temer está esperando para comentar as 60 mortes de pessoas sob a tutela do Estado. A tragédia expôs negativamente o país em jornais do mundo todo e o presidente da República não diz uma palavra sobre o assunto. O mínimo que ele poderia fazer seria lamentar e condenar as mortes. Na melhor das hipóteses, poderia anunciar parcerias do governo federal com o Amazonas para sanar a crise, ou ainda um plano nacional para tentar humanizar e controlar o sistema prisional medieval brasileiro. Não fez uma coisa nem outra. Prefere um silêncio constrangedor.
4 comentários:
Mas os Ministros Marco Aurélio e Gilmar Mendes piaram, caro Sr. Poster. Eles criticaram o PUNITIVISMO do Estado. Vide: http://www.conjur.com.br/2017-jan-03/massacre-prisao-manaus-resultado-punitivismo-estado
Se eles, funcionários do Estado, criticam - por que eu, um cidadão também não posso piar?
Lá vai:
"Progressismo" escondido debaixo do manto da hipocrisia
“Punitivismo” agora também é sinônimo de “vitimismo”?
"Progressismo", mesmo depois dessa Terrível Crise resultante do “pós 1º de janeiro de 2003”? Nada aprenderam, nada esqueceram?
Autoridades e outros funcionários de alto e baixo escalões, todos sindicalizados e reunidos em assembleia na Praça, portando cartazes e berrando, "A União nos dá a força! Unidos jamais seremos vencidos pela União, nosso insensível e maldoso patrão! Um, dois, três, quatro, cinco, mil... queremos que a PEC do 171 vá para a ..."
"E a Dona Justiça, como é que fica?", bradou com toda a força dos seus pulmões o serventuário que acabara de sair do expediente no Tribunal e, diante daquela vergonhosa palhaçada, deixou o cagaço de lado e emendou outra pergunta, "Sonsa, zanzando pelas ruas, vielas e cais de portos da nação?"
Um "apenasmente" cidadão pagador de impostos, insuflado pelo que ouviu do serventuário, mandou ver: "Quem tem vez no Baile da Dona Aurora? Só os bambambans dos poderes da república e quem tem muita bufunfa 'por fora e alguns por centos compartilháveis' por boas negociatas?"
Finalmente, sabem quem chegou botando ordem e chamando à razão todos os presentes naquela “manifestAssembléia”? Nada mais, nada menos que o lúcido idoso e ex-presidente da república. Todos os presentes se calaram, olharam para ele e, após alguns segundos, gargalharam quando ouviram do ex-presidente o famoso bordão criado por ele, “Assim não pode, assim não dá!".
Assinado: AHT
O Papa somente fala em oração aos mortos, pois não está cuidando das coisas de seu quintal, especialmente nas questões de abusos, onde fica somente na retórica.
Quanto a não manifestação de Temer ele está correto, pois o Ministro da Justiça está cuidando da questão e como presidente precisa estar plenamente informado para que possa se manifestar.
Observo que não tenho procuração para defender o Temer, em nada que, por sinal, digo que não tenho nenhuma afeição a ele, mas cabe reconhecer que suas decisões hoje estão em favor dos interesses do país e não meramente eleitoreiras.
O Brasil precisa tanto de um Governante Estatista na acepção da palavra, tanto quanto os Católicos Apóstilicos Romanos precisam um Papa com "P" maiúsculo, não um com "p" minúsculo de "progressista".
Ops! Onde se lê "Estatista" entenda-se Estadista.
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