PAI DE MARX BELTRÃO É RÉU POR HOMICÍDIOS DEFENDE TRATAR LADRÕES E TRAFICANTES NA ESPINGARDA |
No momento em que o mundo volta seus olhos para as 93 mortes em presídios do Amazonas e de Roraima, o deputado estadual alagoano João Beltrão (PRTB), pai do ministro do Turismo Marx Beltrão, defendeu a “limpeza na bandidagem” em Alagoas, ao discursar nesta sexta-feira (6) na turística cidade de Penedo-AL, durante solenidade de assinatura da ordem de serviço para a construção do centro de convenções, com recursos do Governo Federal.
A apologia à pena de morte pela “espingarda” da Polícia Militar de Alagoas foi feita na forma de um agradecimento especial do pai do ministro ao comandante da corporação, coronel Marcos Sampaio, presente ao evento, pelo suposto extermínio de criminosos em Penedo. Na presença de seu filho e ministro do Turismo Marx Beltrão, o parlamentar foi bastante aplaudido, mesmo com seu histórico policial de três indiciamentos por assassinatos, que o tornou réu em duas ações penais decorrentes de dois desses crimes.
Também participaram do evento o governador de Alagoas Renan Filho (PMDB), e o secretário da Segurança Pública de Alagoas, coronel Lima Júnior, que também autorizaram a construção do 11º Batalhão da PM em Penedo. No primeiro ano de governo, em 2015, Renan Filho conseguiu reduzir em 18% as mortes violentas em Alagoas, com uma política que produziu 102 mortes de suspeitos de crimes, classificadas como "resistência com resultado morte". Em 2016, até novembro, já eram 98 mortes de suspeitos pela polícia. O que não evitou que o último ano feche sensivelmente mais violento que 2015.
“Eu queria agradecer ao comandante pela limpeza na bandidagem que a polícia tem feito. E é limpeza mesmo. Não gosto de demagogo. Porque nós que trabalhamos, temos a família a zelar, que trabalhamos para comprar nossa televisão, nosso carro, não admitimos que roubem. Porque nós trabalhamos, enquanto eles não. Então eles têm é que ser tratados na espingarda mesmo. Isso é que se faz”, discursou João Beltrão.
FICHA DE BELTRÃO
O deputado estadual João Beltrão é réu sob a acusação de mandar matar, em 2001, o empresário Pedro Daniel de Oliveira Lins, o Pedrinho Arapiraca, quando lhe devia R$ 54 mil e foi alvo de cobrança judicial pela dívida. Também é alvo de outra ação penal pela morte do ex-policial militar José Gonçalves da Silva Filho, o Cabo Gonçalves, em 1996, cuja denúncia aponta como motivação o fato de o ex-policial não ter cumprido suposta ordem de Beltrão de matar um adversário político.
Pelo crime do Cabo Gonçalves, Beltrão chegou a ser preso em 2008, na Operação Ressurgere.
E também foi alvo de inquérito que investiga seu suposto envolvimento na morte do bancário Dimas Holanda em 1997, sob a suposta motivação de a vítima ter paquerado uma suposta amante do parlamentar.
Apesar do discurso, o deputado João Beltrão sempre nega qualquer envolvimento com as mortes das quais foi acusado.
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