sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O ATO E O FATO


Brasilino Neto
Dia da Independência!

Na matéria da semana passada me vali do mesmo título que utilizo nesta alterando, no entanto, a entonação entre as colocações, eis que naquela escrevi “Dia da Independência?” e hoje “Dia da Independência!”.

A disposição em modificar estes assentamentos se dá pela razão em ter vivido e analisado momentos diferentes do cotidiano do povo brasileiro.

Quando usei a interrogação fiz com vistas ao momento político brasileiro, que precisa ser urgentemente revisto, pois observava os desmandos, os desvios, a corrupção e descaminhos que vivemos, e por entender que a maioria das pessoas que compõe o quadro político brasileiro tem em vista interesses partidários e pessoais e não do povo brasileiro, que como diz o comediante, tristemente, é mero detalhe.

Hoje ao escrever “Dia da Independência!”, com exclamação, o faço depois de ter participado do desfile comemorativo ao dia, quando pude ver milhares de pessoas que acompanharam o ato.

Pude perceber que os interesses destas pessoas não estão em sintonia com os da maioria da classe política, pois mesmo antes as dificuldades que lhe são impostas, ainda creem que este país tem jeito.

Na continuidade das festividades participei da sessão solene na Câmara Municipal, que teve como orador o General Rolemberg Ferreira da Cunha, comandante da 12ª Brigada de Infantaria Leve, que como militar e cidadão brasileiro traçou com simplicidade e brilho os caminhos que o país seguiu para conquistar sua independência de Portugal.

Destacou o orador a importância dos movimentos que se desenrolaram em diversas partes do território brasileiro, especialmente na Bahia, que teve início em 1821 e com desfecho no dia 2 de julho de 1823, motivado pelo sentimento federalista do povo baiano, e culminou com a inserção daquela província na unidade nacional brasileira, razão pela qual se dá destaque às comemorações de 2 de julho na Bahia.

Acrescemos com referência à data, que na Bahia a luta pela Independência veio antes da brasileira, e só concretizou-se quase um ano depois do 7 de setembro de 1822: ao contrário da pacífica proclamação às margens do Ipiranga, ao custo de milhares de vidas e acirradas batalhas por terra e mar emancipou-se de Portugal, de tal modo que seu Hino afirma ter o Sol que nasceu ao 2 de julho brilhado "mais que o primeiro".

O leitor, querendo, pode conhecer o Hino do Estado da Bahia, com letra de Ladislau de Santos Titaro e música de José dos Santos Barretos, acessando: http://letras.mus.br/hinos-marchas-militares/1931843/.

Destacou ainda o General Rolemberg a Batalha de Jenipapo, ocorrida no Piauí, às margens do rio homônimo, no dia 1 de março de 1823, que foi decisiva para a Independência do Brasil e consolidação do território nacional.

Consistiu na luta de piauienses, maranhenses e cearenses contra as tropas do Major João José da Cunha Fidié, o comandante das tropas portuguesas, encarregadas de manter o norte da ex-colônia fiel à Coroa Portuguesa. Os brasileiros lutaram com instrumentos simples, não com armas de guerra, não tinham experiência. Nesta marcante e sangrenta batalha, cerca de 200 brasileiros foram mortos e 542 feitos prisioneiros, enquanto que do lado português 116 mortes e 60 feridos.

Os brasileiros perderam a batalha, mas fizeram a tropa mudar de percurso e evitaram que o exército português fosse até a capital, onde, por não haver exército de prontidão, seria muito fácil tomar o comando de tudo. (Wikipédia)

A oração do General Rolemberg, sem deixar de destacar a importância do núcleo mineiro da independência, centrado na figura de Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, como ensinado e registrado em nossa história, e a participação da comunidade caçapavense aos festejos reacendeu em mim a esperança de que, se soubermos bem escolher nossos governantes este país tem jeito, e que as vidas que se perderam nestas batalhas não foram em vão e que ele tem meios de se consolidar no contexto das nações que prestigiam e dão respeito ao seu povo. Queremos e esperamos isto.

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