Por Machado Costa, na Folha:
Documento interno da Aneel indica que o aumento da conta de energia provocado pelos empréstimos às distribuidoras será maior do que a agência reguladora tem afirmado publicamente. Segundo o documento, de 2013, assinado pelo então diretor Edvaldo Santana, a cada R$ 1 bilhão devido pelo setor, as tarifas de energia crescem 0,8 ponto percentual. Como os empréstimos totalizam R$ 17,7 bilhões, o impacto na tarifa será de exatos 14,16%. A lógica foi confirmada pela área técnica da Aneel. “Entretanto, vale lembrar que o repasse se dá durante dois ciclos tarifários, que ocorrem a partir de 2015″, afirmou a agência, em nota.
Na terça-feira da semana passada (29), o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, afirmou que o impacto na tarifa seria de apenas 8%, divididos em dois anos. “O reajuste [das tarifas] nunca é exclusivamente ligado ao valor do empréstimo”, disse. Algumas estimativas do setor sugerem que os reajustes possam chegar a 25% no próximo ano. A TR Soluções, por outro lado, indica reajuste de 13,42% em 2015, em uma visão otimista.
Na quarta (30), o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann, apresentou uma outra conta. Segundo ele, o impacto seria escalonado em três anos, com aumentos de 2,6% nas tarifas em 2015, de 5% em 2016 e de 1,4% em 2017. O governo corre para fechar a segunda parcela do empréstimo, de R$ 6,5 bilhões, que será feito às distribuidoras. Segundo o Ministério da Fazenda, a operação deve ser apresentada até sexta-feira (15).
As distribuidoras precisam dos recursos para cobrir a chamada “exposição involuntária”, situação criada pelo término de contratos entre distribuidoras e geradoras em 2013 e que não foram repostos nos leilões organizados pelo governo.
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Por Reinaldo Azevedo
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