Já se sabia que as duas CPIs abertas no Congresso para investigar as mutretas praticadas na Petrobras não resultariam em nada. Mas, de repente, nada tornou-se uma palavra que ultrapassa tudo. E as petro-CPIs revelaram sua verdadeira utilidade. Servem para consolidar o processo de avacalhação do instituto da Comissão Parlamentar de Inquérito.
Há muito tempo que CPI virou sinônimo de teatro circense. Mas a plateia só enxergava o que sucedia no palco, que é o pedaço menos interessante do espetáculo. O público ouvia o ruído abafado das arrumações nos bastidores e tinha enorme curiosidade para saber o que acontecia atrás do pano.
Como toda farsa tem dois gumes, o repórter Hugo Marques obteve um vídeo clandestino. Nele, aparece a gravação de um dos ensaios de CPI. Foi como se a cortina se abrisse fora de hora. Personagens foram surpreendidos longe de suas marcas, fazendo a maquiagem, ajustando a peruca e escolhendo o melhor nariz. A cena tem 20 minutos, dos quais 2min40s estão disponíveis no vídeo lá do alto.
Ficou-se sabendo que depoentes como Nestor Cerveró e José Sérgio Gabrielli, ex-diretor e ex-presidente da Petrobras, receberam previamente as perguntas que lhes seriam dirigidas, sob holofotes, na pseudo-inquirição. Apalparam com antecedência até sugestões de respostas, de modo a evitar contradições.
A gravação das coxias foi feita na véspera do depoimento de Cerveró na CPI petroleira do Senado. O resultado foi patético. Conforme noticiado aqui, Cerveró falou para um plenário ermo. Afora o presidente, Vital do Rêgo (PMDB-PB), e o relator, José Pimentel (PT-CE), havia no plenário da comissão uma mísera senadora: Vanessa Graziottin (PCdoB-AM).
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