Dos 39 prefeitos da RMVale eleitos em 2012, exatamente um terço deles já enfrentou ou ainda enfrenta algum processo que ameaça a continuidade de seu mandato.
O levantamento, feito por O VALE, leva em conta apenas o atual mandato, desconsiderando problemas ocorridos anteriormente.
Ou seja, em pouco mais de um ano e sete meses --580 dias exatos, completados hoje--, uma a cada três cidades da região correu risco de troca no poder.
Hoje, três prefeitos estão afastados do cargo: Ana Karin (PR), de Cruzeiro, Benedito Manuel Morais, o Nequinho (PMDB), de Redenção da Serra, e ainda Benito Tomaz (PMN), de Potim. Esses municípios são administrados pelos vice-prefeitos desde o mês passado.
Os dois primeiros tiveram o mandato cassado pela Câmara. O último foi afastado do cargo por decisão judicial para não atrapalhar uma investigação do MP. Eles buscam o retorno na Justiça.
“Acho absurda a situação. Não estou sendo julgada por corrupção, e sim porque teria deixado de responder requerimento da Câmara”, disse Ana Karin.
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'Parece que a eleição não acaba nunca'
Para especialistas consultados por O VALE, o número de prefeitos da região que enfrentam processos que podem levar à cassação do mandato é preocupante.
Para o cientista político Roberto Gonçalves, esse balanço aponta um “nível baixo” de políticos na RMVale.
“Fica evidente a queda da qualidade da classe política brasileira, tanto de quem sofre as ações quanto quem faz as denúncias, até porque em sua maioria as acusações nascem de politicagem e muitas vezes são vazias”, analisou.
Para o especialista, a “politicagem” prejudica as cidades.
“A oposição brasileira não sabe atuar, sempre busca uma maneira de desqualificar quem está no poder, em vez de apresentar projetos em favor da cidade. A eleição parece não acabar nunca”, criticou.
Mau exemplo. Para a cientista social Dora Soares, o lado positivo do balanço é a diminuição da sensação de impunidade para os políticos.
Por outro lado, de acordo com a especialista, esse mau exemplo vindo da classe política pode provocar uma “reação em cadeia” em toda a população do município.
“Se o exemplo que vem de cima é errado, o morador deixa de acreditar em qualquer regra, vira um reflexo em cadeia. A população passa a acreditar que pode infringir todas as normas”, argumentou.
Leia íntegra em O Vale
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