O principal órgão encarregado de fiscalizar o Poder Judiciário decidiu
examinar com mais atenção o patrimônio pessoal de juízes acusados de vender
sentenças e enriquecer ilicitamente.
A Corregedoria Nacional de Justiça, órgão ligado ao Conselho Nacional de
Justiça, está fazendo um levantamento sigiloso sobre o patrimônio de 62 juízes
atualmente sob investigação.
O trabalho amplia de forma significativa o alcance das investigações
conduzidas pelos corregedores do CNJ, cuja atuação se tornou objeto de grande
controvérsia nos últimos meses.
Associações de juízes acusaram o CNJ de abusar dos seus poderes e recorreram
ao Supremo Tribunal Federal para impor limites à sua atuação. O Supremo ainda
não decidiu a questão.
A corregedoria começou a analisar o patrimônio dos juízes sob suspeita em
2009, quando o ministro Gilson Dipp era o corregedor, e aprofundou a iniciativa
após a chegada da ministra Eliana Calmon ao posto, há um ano.
"O aprofundamento das investigações pela corregedoria na esfera
administrativa começou a gerar uma nova onda de inconformismo com a atuação do
conselho", afirmou Calmon.
Esse trabalho é feito com a colaboração da Polícia Federal, da Receita
Federal, do Banco Central e do Coaf (Conselho de Controle de Atividades
Financeiras), que monitora movimentações financeiras atípicas.
Folha de São Paulo
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