sábado, 26 de novembro de 2011

O sexto andor da procissão dos pecadores


Augusto Nunes


Comovida com as juras de amor do companheiro delinquente, Dilma Rousseff resolveu mostrar que quem manda no Brasil é a presidente da República. Depois de suspender até janeiro a procissão dos ministros despejados por ladroagem, autorizou o andor reservado a Carlos Lupi a permanecer estacionado na frente do Palácio do Planalto.

Péssima ideia, descobrirá em poucas horas a estrategista aprendiz. Talvez também descubra que, para quem tem culpa no cartório, é sábado o mais cruel dos dias.

Desta vez, os leitores de VEJA saberão que o andor do ministro do Trabalho também abriga assessores especializados em extorquir sindicatos. Além de prorrogar a insônia do rufião de cabaré, a aparição dos cobradores de propina vai manter as luzes acesas em alguns gabinetes do Planalto. São ocupados por gente que soube há mais de oito meses o que se passava na Casa da Moeda do PDT.

Dilma Rousseff, por exemplo, foi a destinatária de uma carta que descreveu o funcionamento do esquema bandido. Não agiu antes porque não quis. Não age agora porque não quer e não pode.

As declarações de amor vão recomeçar. A elas se juntará o choro do ministro das Cidades, Mário Negromonte. O sétimo andor já vai chegando à praça. O sexto continua por lá. A paisagem ficou ainda mais repulsiva. O lixo terá de ser removido antes de janeiro.

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