Quatro séculos depois do ciclo do ouro que encheu os olhos da Coroa
Portuguesa e levou brasileiros e estrangeiros atrás do enriquecimento rápido, o
Brasil está diante da maior corrida de todos os tempos pelo metal.
Novos equipamentos sofisticados já permitem às gigantes estrangeiras que
dominam o mercado nacional chegar ao que poderia ser chamado de "o pré-sal da
mineração". No Centro-Oeste e no Norte, minas até então intocadas tornaram-se
economicamente viáveis, assim como outras consideradas esgotadas em Minas Gerais
e no Nordeste.
Tudo isso graças ao aumento, em todo o planeta, da demanda pelo ouro — cuja
cotação deu um salto de 540% na última década — estimulada pelo crescimento
econômico mundial, sobretudo da China, e pela necessidade dos países de acumular
o metal, que é considerado um dos ativos financeiros mais confiáveis do
mundo.
O entusiasmo é tanto que o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) já
estima investimentos de US$ 2,4 bilhões para o setor até 2015. Trata-se de
praticamente o triplo da projeção anterior, de pouco mais de US$ 900
milhões.
As empresas não disfarçam o otimismo e prometem novos projetos, enquanto as
autoridades estimam que a produção do ouro também deve crescer de maneira
expressiva, podendo dobrar nos próximos cinco anos. Só no Rio Grande Norte,
sairá de 60 gramas para seis toneladas se todos os projetos em análise se
concretizarem.
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