Josias de Souza
O Brasil é salvo diariamente nos táxis e nas barbearias. A nação só não se salva em Brasília porque motoristas de táxi e barbeiros não estão governando.
Ao tomar posse, Dilma Rousseff pôs para circular pelos salões e salinhas da Capital um bambambã da eficiência empresarial: Jorge Gerdau Johannpeter.
Gerdau virou uma espécie de taxista do governo Dilma. Ou, por outra, tornou-se barbeiro de luxo.
Acomodado numa Câmara de Gestão, o empresário-consultor tem acesso desimpedido aos ouvidos de Dilma e dos ministros.
Traz na ponta da língua soluções para todos os problemas. Falta-lhe apenas poder para executá-las.
Nesta quarta (23), Gerdau levou os lábios ao microfone num seminário sobre gestão pública. A alturas tantas, declarou:
“É pacífico que é impossível administrar com 40 ministérios. A presidenta já começa a se movimentar no sentido de criar grupos de ministérios.”
De fato, auxiliares de Dilma dizem que ela trama encolher a Esplanada na reforma ministerial do início do ano.
A pasta da Pesca iria para a da Agricultura, a dos Portos seria refundida à dos Transportes…
Três secretarias (Direitos Humanos, Igualdade Racial e Mulheres) virariam uma...
“A globalização exige uma eficiência da competitividade que há anos não existia”, disse Gerdau.
“Nosso problema é competir com a Ásia.”
A conversa de Gerdau é agradável como a dos bons salões. O diabo é que o barbeiro não tem como converter teoria em prática.
Dilma vai fechar os guichês que Lula abriu para acomodar os partidos do condomínio?, eis a pergunta que só a dona do salão pode responder.
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