quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Ozonioterapia está para Lula como cloroquina esteve para Bolsonaro



A ozonioterapia consiste na aplicação de uma mistura de oxigênio e ozônio por via endovenosa, retal, intramuscular e outras. Atualmente, no Brasil, só há permissão de uso em duas áreas: odontologia e estética (assepsia da pele).

Nos Estados Unidos, as autoridades de saúde dizem que o ozônio “é um gás tóxico, sem aplicação médica útil conhecida em terapias específicas, complementares ou preventivas”. Aqui, o Senado aprovou uma lei, sancionada por Lula, que libera a ozonioterapia.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária foi contra a sanção. O Ministério da Saúde, também. A Academia Nacional de Medicina informou não ter conhecimento de trabalho científico que comprove a eficácia da ozonioterapia em nenhum caso.

Posição semelhante foi manifestada pela Associação Médica Brasileira e pela Federação Nacional dos Médicos. O Conselho Federal de Medicina afirma que a ozonioterapia é procedimento que deveria ficar restrito ao “ambiente de estudos científicos”.

Em meio à pandemia mais letal em 100 anos, Bolsonaro ignorou as recomendações técnicas e prescreveu a cloroquina e outras drogas ineficazes para o tratamento da Covid. Associou-se ao vírus. Passou a falar mal das vacinas. Mais de 700 mil pessoas morreram.

O governo, que usa e abusa do slogan “A Ciência Voltou”, aprovou uma lei que poderá causar grande mal ao país. E sem dar nenhuma explicação por que o fez. É gostar de viver perigosamente. Quem ganhará com isso? – é a pergunta que tem de ser feita.

Por Ricardo Noblat

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