sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Operação da PF, que atingiu um general influente, é mais um fator de desmoralização para militares que se aliaram a Bolsonaro

Mauro Cid e o pai, general Mauro César Lorena Cid — Foto: Alan dos Santos/PR e Divulgação/Alesp

A operação de hoje da PF atinge um militar de prestígio dentro do Exército.

O general do Exército Mauro César Lourena Cid, pai do ex-faz-tudo de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, um dos alvos de hoje da PF, é tido como um militar influente nos quarteis — mesmo tendo passado à reserva em 2019. Desde que o filho foi preso, há quase quatro meses, o general cobrava dos seus pares que a prisão preventiva de Mauro Cid deveria ser relaxada.

Havia uma preocupação no Alto Comando para que houvesse uma resolução rápida do caso. Não só para que o Exército pudesse punir Mauro Cid no caso de ele ser condenado pela Justiça. Mas também por uma deferência ao general Lourena Cid, que foi colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), nos anos 1970.

A ação determinada por Alexandre de Moraes, portanto, alcançou um militar que, apesar de estar na reserva, não é um general qualquer. Neste caso, a se confirmar as suspeitas que levaram a operação a ser feita, é mais um fator de desmoralização da parte do Exército que se aliou ao projeto de poder de Bolsonaro.

O general Cid passou à reserva em 2019. Imediatamente, foi nomeado por Bolsonaro para chefiar o escritório brasileiro da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em Miami, onde ficou até o início deste ano.

Por Lauro Jardim

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