terça-feira, 29 de agosto de 2023

Em possível delação, Mauro Cid tentaria salvar o pai e a imagem do exército



Míriam Leitão analisou, no Conexão GloboNews, os efeitos de uma possível delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. As apurações dão conta de que o militar, preso desde o mês de maio, estaria próximo de decidir falar o que sabe a fim de preservar a sua família.

Mauro Cid teria como objetivo, de acordo com a jornalista, afastar as investigações da sua esposa e principalmente do seu pai, o general Mauro Cesar Lourena Cid, que acabou envolvido no caso das joias recebidas e posteriormente vendidas pelo ex-presidente da República.

“O que Mauro Cid tem a ganhar com uma eventual delação? Uma redução da pena, porque ele já está muito envolvido com vários crimes. Então ele tem que confessar, mas tem que fazer um movimento a mais, porque com esse movimento ele protege o pai dele. Vamos lembrar que o pai dele foi envolvido, tem o reflexo na foto, a conta, o dinheiro que pode ter transitado na conta do pai. Então o movimento dele fazer a delação pode ajudar a proteger o pai”, avaliou a comentarista.

Míriam Leitão lembrou que Cid vem de uma família de militares e era considerado promissor, sendo esperado que no futuro ele se tornasse general como o pai – algo que não deverá mais acontecer. Assim, a delação também poderá tentar preservar a lisura do Exército, também muito envolvido em possíveis crimes cometidos na gestão Bolsonaro.

“Ele é um anjo caído. Ou seja, ele era considerado um menino bem-sucedido, um menino bom, que chegaria a general. (...) Mas ele pode salvar alguma coisa desse incêndio: a imagem do Exército. Ele pode dizer: ‘eu fiz isso, mas foi sob ordem do presidente nesse constrangimento’. Então ele pode fazer um movimento em que ele ajuda o pai dele e faz essa fronteira entre o que ele fez sob ordem do presidente e o Exército, porque o Exército está trabalhando para salvar a própria imagem”, explicou.

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