quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Estalando de esperteza, Lula cai em todas as arapucas do centrão



O plano parecia engenhoso: Lula trocaria o novo marco fiscal e outras pendências legislativas por emendas orçamentárias, mas adiaria a troca de ministros para passar a impressão de que é ele quem manda na Esplanada, não Arthur Lira. Numa novela que já dura mais de três meses, Lula ferveu vários de seus ministros sem reformar o ministério. Até aqui, caiu em todas as arapucas do centrão.

Espremido, Lula teve que admitir que entregará um par de cofres ministeriais a André Fufuca e Silvio Costa Filho, dois personagens de capacidade técnica e vocação gerencial ignoradas. Numa mexida ministerial de quinta categoria, Lula transforma a articulação para acomodar a dupla na Esplanada num processo de autodesmoralização. Num dia, anuncia a intenção de criar o Ministério da Pequena e Média Empresa. O Republicanos de Costa Filho achou pouco. Prefere a pasta de Portos e Aeroportos, hoje comandanda por Márcio França, do sempre aliado PSB.

No dia seguinte, estalando de esperteza, Lula engordou o ministério que ainda não criou. A pasta dos pequenos negócios virpu Ministério do Esporte e do Empreendedorismo, agora ofertado ao PP. O presidente devolveu a ministra dos Esportes Ana Moser à fervura. E não seduziu o partido de de Lira, que prefere a pasta do Desenvolvimento Social, hoje chefiada pelo petista Wellington Dias.

Ironicamente, Lula cumpre nesta quinta-feira agenda no Piauí, o estado de Wellington Dias. Leva a tiracolo um amigo que foi constrangido nos últimos dias a desperdiçar o seu tempo num esforço para tentar provar que não virou um ministro sem cabeça. Diz-se que Lula está irritado. O centrão está calmo. O grupo de Lira ainda nem acomodou em suas poltronas Fufuquinha e Silvinho, como os dois futuros-quase-ministros são chamados na intimidade, e já prepara a próxima arapuca. Exige de Lula uma reforma ministerial mais ampla para o início de 2024. O centrão nunca fica com raiva. Fica com tudo.

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