Uma homenagem a este maravilhoso bloco, que certamente fará uma grande festa nesta sexta (01), a partir das 20:00 horas.
Confesso que já fui um folião assíduo e animado. Hoje, nem tanto, porém estarei lá, no Clube Jequitibá curtindo o magnifico Bloco Boca Maldita e todas as outras noites de alegria! O Carnaval é uma festa popular e também um catalisador de massificação da alegria. Basta alegrar multidões para recomendar aprovação. Motivos para tristezas, temos muitos. E não precisamos ir longe nem puxar pela memória: olha a situação do Brasil aí, gente!
Recordar os carnavais de antigamente, dos anos dourados, sempre me remete, como a muitos que aqui viveram, a certo encantamento. Lembro-me de bailes de salão dos clubes Jequitibá, Associação, São João e da animadíssima Panela de Pressão. No carnaval de rua, além de lúdicos mascarados, os inesquecíveis Blocos. Não tinha elite nem humildes, todos se misturavam e saiam pelas vias públicas fantasiados ou apenas de bermudas e camisetas. Nos clubes e nas ruas, a festa era contagiante.
Tecer loas a nossos carnavais de ontem, não significa passar tão somente uma percepção saudosista, próprio de quem se distancia dos acontecimentos que julga agradável. De fato, o Carnaval de outrora era vivenciado com mais entusiasmos que os mais recentes.
Independente da comparação que cada um possa fazer entre nossos carnavais no contexto da temporalidade, o que interessa é que estamos próximos a mais um. Alguns certamente alegarão que não participarão da festa por causa da crise; que não dá para festejar quando o momento é de dificuldades financeiras, desalento. Realmente, vivenciamos tempos bicudos. O Brasil, que parecia poder avançar positivamente com o novo Governo, a cada dia, dado a declarações e atitudes estapafúrdias, mostra que continua velho e descendo a rampa em direção ao fundo do poço. Há preocupações diversas e muita negatividade no ar. Diferente do que possa parecer à primeira impressão, eis um forte motivo para que se aproveite esse período festivo. Disse o filósofo alemão Friedrich Nietzsche que seu remédio era o esquecimento. E em muitos momentos de nossa vida, o melhor tratamento para a desventura é esquecê-la, ainda que temporariamente, principalmente neste país que parece andar sempre sobre corda bamba. Crises quando não estão acontecendo, estão em vias de acontecer.
Então, é importante que nós brasileiros, aproveitemos o reinado de Momo para viver essa alegria temporária. E isso não se consegue somente vestindo fantasia, pulando que nem cabrito e enchendo o pote. O importante é que durante o Carnaval tentemos libertar nossa mente das amarguras cotidianas buscando refúgio na morada da alegria, onde habitam os lados bons da vida. É o que temos: a vida! Aqui e agora. Por isso, enquanto tivermos condições de aproveitá-la de algum modo — e cada qual sabe o que lhe faz feliz —, é imperioso que o façamos, com responsabilidade, antes que seja tarde. Mesmo porque, lamentar os dissabores e deixar de degustar os melhores sabores possíveis, não resolverá nenhum problema. Ao contrário, só os agravará.
Portanto, alegria, alegria: é Carnaval!
Meu artigo desta semana para o Jornal Simpatia
2 comentários:
Clovis, parabéns pela sua mensagem.
Muito Obrigado, por manter no ar o Blog Chacoalhando o Bambuzal!
A minha memória carnavalesca é caçapavense, dos carnavais entre anos 50 e quase final dos anos 60. Concordo, "Não tinha elite nem humildes", e acrescento, o quão democrática era a convivência na Praça da Bandeira, não apenas no carnaval, também nas rotineiras conversas sobre política, futebol, desde problemas e até os bons feitos de então, incluindo causos, piadas e, em "off", um tempinho para as fofocas, evidentemente.
Carnaval? Com dinheiro ou sem dinheiro, todos que entravam na dança extravasam energias e alegrias, grandes amores surgiam e, na quarta-feira de cinzas, nada mais que tênues lembranças. As pessoas se despiam de suas couraças - que, em parte, desde suas infâncias e impostas pela cultura, costumes e valores -, demonstrando e sentindo o quanto é bom e saudável a confraternização.
Brasil "sem ter um pé atrás", de sonhos, fantasias, de pequenas a grandes realizações, dos bons momentos. Precisamos resgata-lo para a nova e futuras gerações.
E, NO CARNAVAL, LEMBRE-SE: TAIADA E CANGIBRINA SÃO ENERGÉTICOS NATURAIS!
AHT
MOMENTOS E PREPARATIVOS PARA O CARNAVAL
Se alimentar bem,
pular, cantar e beber bem
zoar e rir dos governantes e politicagens
zoar e rir as crises, escândalos e absurdos
Por exemplo, assim:
A NOVA POLÍTICA
A vida politica séria e desapegada dos egos
Normais, inflados, fanáticos ou ambíguos,
Onde o maior interesse de todos é pelo Brasil
Varonil, que o Cabral descobriu e nomeou,
A Terra de Santa Cruz, enquanto que o
Pero Vaz de Caminha mudou e, no livrão
O nome registrou como Ilha de Vera Cruz.
Lindos episódios a demonstrar que aquela
Ímpar Terra seria predestinada a mudanças
Tratadas, desfeitas, refeitas e com revisões
Incríveis, cujos resultados sempre seriam, “Tudo
Conserva-se do jeito que está quando se vence”.
Brasil 2019, governo novo e a certeza: nada mudará!
AHT
28/02/2019
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