A sociedade brasileira está traumatizada e dividida. A sucessão presidencial seria um remédio para sarar os dois flagelos. Mas é improvável que algo seja remediado. São pequenas, muito pequenas, diminutas as chances de as urnas de 2018 produzirem a superação de traumas e a reunificação do país.
Na origem da turbulência política atual há três encrencas degenerativas:
1) A reeleição de Dilma, seguida de uma ruína —ética e econômica— que inoculou na vitória o veneno do estelionato eleitoral;
2) O impeachment de Dilma, cujas fraturas demoram a calcificar;
3) A ascensão de Temer e seu grupo, tão viciados em verba suja quanto os outros zumbis da dinheirolândia petista.
Há um quê de Lula no DNA da crise. É dele a autoria do mito da gerentona. Foi no governo dele que o PT converteu-se na máquina coletora de fundos que deu em mensalão e petrolão. Foi com o seu beneplácito que Temer tornou-se vice.
Para complicar, a Lava Jato fez de Lula um líder de pesquisas inelegível. E o TSE, ao aplicar o antisséptico da Lei da Ficha Limpa, guindou-o à condição de candidato imbatível ao posto de assombração do próximo presidente da República.
Elegendo-se um poste petista, Lula irá tutelá-lo. Vencendo outro candidato, Lula irá infernizar-lhe a gestão. Em qualquer hipótese, a cizânia nacional sobreviverá à abertura das urnas.
Por Josias de Souza
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