Tumultos, tensão e bate-boca marcaram a visita do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) ao hospital filantrópico da Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer (ASCOMCER) e também um almoço com o candidato em um hotel em Juiz de Fora, Minas Gerais, nesta quinta-feira, 6. Pacientes idosos em tratamento contra a doença tiveram dificuldade para entrar na unidade, devido a um cordão de isolamento feito por integrantes de um movimento conservador da cidade. Vestidos de preto, eles se diziam policiais e afirmavam fazer “segurança voluntária” do candidato.
“Campanha política não é para ser feita dentro de um hospital”, reclamou uma mulher que acompanhava o marido em uma sessão de quimioterapia e chorou. Sua filha discutiu com os seguranças, que impediam a circulação das pessoas. Os seguranças vestiam ternos e blusas pretas e usavam uma fita amarela no braço. Entre eles, algumas mulheres, também de negro, seguravam Bíblias.
Depois do hospital, o grupo seguiu com o candidato para o almoço, que reuniria empresários, em um hotel da cidade. Seus integrantes fizeram um cordão de isolamento e barraram a entrada de várias pessoas – entre eles, convidados e até o presidente nacional do PSL, Gustavo Bebianno. O dirigente do partido discutiu com alguns dos homens de preto.
“Tira a mão!”, disse a um dos seguranças, que lhe apontava o dedo. Policiais que faziam a escolta oficial de Bolsonaro discutiram com os seguranças. Mandaram que todos os “voluntários” saíssem de perto do presidenciável. Um deles abordou a repórter do Estado, e disse que a imprensa “não tinha autorização para filmar no local”. Diferentemente de outras atividades de campanha de Bolsonaro, não há caravanas de eleitores no local seguindo o candidato.
A Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora informou que não autorizou a entrada do grupo no hotel. Afirmou também que uma das integrantes da equipe da entidade também foi empurrada pelos seguranças, ao tentar entrar no evento. Em discurso, Bolsonaro disse que o aparato de segurança é bancado por todos que estão com ele. “São da Polícia Federal e são voluntários, como vocês”, disse, entre aplausos.
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