quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Zavascki, libere tudo! Vazadores não podem manipular a política!


Brasília - O ministro do STF, Teori Zavascki, na sessão de julgamento sobre a aceitação da denúncia apresentada pela PGR contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha e a ex-deputada federal e atual prefeita de Rio Bonito (RJ), Solange Almeida, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Os vazamentos das delações continuam, e minha sugestão para que tudo seja posto na Internet também. O ministro Teori Zavascki deveria considerar essa possibilidade por um motivo elementar. Da forma como estão as coisas, os vazadores vão esfriando ou esquentando determinadas narrativas segundo os seus interesses, certo?

“Ah, hora de dar mais uma cutucada no Lula.” E tome, então, vazamento contra Lula. Aí vem a nova palavra de ordem: “Vamos dar uma queimada nos tucanos?”. E lá vem a onda antitucana.

E por que não jogar água no moinho das novas eleições? Então convém voltar as baterias contra Temer.

E se o presidente do Senado, o futuro, seja lá quem for, resolver insistir nessa história de projeto contra abuso de autoridade? Ora, simples! Vamos ver se ele não está na Lava Jato. Se estiver, leva uma no meio da testa.

Convenham! O sigilo é só uma suposta virtude que serve ao vício. Com absoluta certeza, a imprensa e o público vão conhecendo pedaços das delações antes mesmo do relator, Zavascki. Que existe um concerto entre o conteúdo dos vazamentos e os temas do momento, convenham, nem é preciso ser tão sagaz para perceber.

Vejam o caso em que Lula vira réu pela quinta vez, terceira na Lava Jato. O Juiz Sergio Moro aceita a denúncia na segunda, e o vazamento acontece na terça. Rodrigo Maia e Renan Calheiros pensam em votar projetos que não agradam ao Ministério Público e aos juízes, e lá vêm informações sigilosas que buscam desmoralizá-los.

Bem, o sigilo num processo, quando procedente e regulado por lei, faz parte do devido processo legal. A rigor, não deveria acontecer. E isso nada tem a ver impunidade. Ao contrário: é o desrespeito às regras que pode acabar sendo útil aos bandidos.

Já está claro, a esta altura, que os vazadores continuarão a operar e a manipular a narrativa segundo os seus interesses. A imprensa, obviamente, não vai deixar de publicar o que chega às suas mãos ou a seus ouvidos. Já sabemos também que a promessa de que os vazamentos serão investigados é conversa mole, papo-furado.

Ora, qual é o remédio? Corrigir os males da transparência com mais transparência. Que tudo seja tornado público. Ponto final! Vazadores não podem se tornar manipuladores dos processos e da política.

Faça a coisa certa, Zavascki!

Tudo na Internet já!

Por Reinaldo Azevedo

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