sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

RMVale registra uma demissão a cada três minutos, diz Caged


Trabalhadores mostram a carteira de trabalho em fila de emprego. Foto: Claudio Vieira/O VALE.

Um trabalhador foi demitido a cada três minutos na Região Metropolitana do Vale do Paraíba neste ano, entre janeiro e outubro. O levantamento foi feito com base nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho.

Foram 161.028 desligamentos no período, em 305 dias, média de 527,9 demitidos por dia ou de 22 demissões por hora, o que dá 1,11 contrato de trabalho encerrado a cada três minutos.

As admissões na RMVale, no mesmo período, ficaram em 147.580, o que dá um saldo de 13.448 postos de trabalho fechados de janeiro a outubro de 2016 --um emprego perdido a cada meia hora. “Estudando esses números vemos o verdadeiro estrago que a crise econômica e política fez no Brasil. O desemprego está muito alto”, avaliou o economista Fernando Lacerda.

Para ele, a RMVale é atingida em cheio pela retração econômica em razão do parque industrial instalado aqui. “Trata-se de uma das regiões mais desenvolvidas do Estado, que foi atingida em cheio pela crise. O impacto é maior nesses bolsões de desenvolvimento”.

Congregando oito cidades, entre elas as maiores da RMVale, como Taubaté, Jacareí e Pinda, a microrregião de São José na divisão do Caged foi a que demitiu mais rapidamente. Foi uma vaga fechada a cada quatro minutos. No acumulado do ano, de janeiro a outubro, a região soma 112.080 desligamentos, 69,6% do total do Vale --367,48 demissões por dia e 15,31 por hora.

Das seis microrregiões do Caged no Vale do Paraíba, Caraguatatuba (quatro cidades) foi a segunda a perder mais empregos: 21.886 vagas fechadas no ano, média de um desempregado a cada 20 minutos. Na terceira posição, aparece a microrregião de Guaratinguetá (11 municípios) com 18.932 demissões, uma média de um desempregado a cada 25 minutos.

Perfil. Para José de Arimathéa, gerente administrativo do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Taubaté, a região sofre com a crise econômica de maneira mais intensa do que outras, em razão do perfil da sua produção industrial, bastante afetada pela crise econômica.

“Acho que não há uma razão específica. Sazonalmente, as empresas da região tiveram demissões nesse período. É a conjuntura ruim da economia, resultado da crise e da retração econômica, que afeta a produção das empresas da região”, afirmou o gerente.

O Vale

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