Esta é uma história exemplar. Só não está muito claro qual é o exemplo. Mantenha-a longe das crianças. Ela tem muito a ver com o atual momento da política brasileira. Uma fase pornográfica, transcorrida nos baixios da natureza humana. Enfim, aconteceu com dois deputados —um do DEM, outro do PCdoB.
— Vocês mantêm com o Eduardo Cunha um relacionamento envergonhado. Ficam se bolinando no escurinho do cinema. Mas não têm coragem de passear de mãos dadas com ele na calçada, provocou o comunista do ‘B’, aos risos, ao esbarrar no colega ‘demo’ no plenário da Câmara.
Passaram-se duas semanas. Em política, é tempo de sobra para que surja o efeito nuvem de que falava a raposa Magalhães Pinto: você olha e vê um formato, mas quando olha de novo já vê outro.
Súbito, Lula e Dilma passaram a cortejar Cunha. Para evitar que o presidente da Câmara empinasse o impeachment, como acertara com a oposição, o governo se dispôs a colocar suas engrenagens a serviço de um lema: ‘Fica, Cunha’. Ao cruzar com o provocador do PCdoB, o deputado do DEM foi à forra:
— Vocês nos superaram. Levaram Eduardo Cunha não para o cinema, mas para o motel. Foram direto para o boquete, sem preliminares. E passeiam com ele à luz do dia. Por favor, me explique o que está acontecendo!
Muita gente achava que a política era a segunda profissão mais antiga do mundo. Observando o que se passa em Brasília é impossível deixar de perceber que ela se parece muito com a primeira.
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