O Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi preso nesta quarta-feira pela Polícia Federal em sua casa, em São Paulo, em novo desdobramento da operação Lava Jato.
Secretário de Finanças o partido, o petista nega envolvimento no esquema de corrupção que atingiu a Petrobras nos últimos anos.
Vaccari vai ser deslocado pela polícia para Curitiba, que conduz as investigações.
Segundo a Folha apurou, Vaccari estava tranquilo no momento da prisão.
No último dia 9, Vaccari foi ouvido pela CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados em Brasília. No depoimento, ele defendeu as doações que o partido recebeu de empresas investigadas pela Operação Lava Jato e admitiu ter se encontrado com operadores do esquema de corrupção descoberto na estatal, mas evitou explicar os contatos.
Ele havia obtido uma liminar na Justiça que o desobrigava de falar a verdade, para não produzir provas contra si
As doações ao PT estão sob suspeita porque, segundo o Ministério Público Federal, foram uma forma de pagamento da propina que empresas deviam ao PT para manter contratos com a Petrobras.
Delatores da Lava Jato afirmaram que Vaccari era encarregado de recolher propina cobrada pela diretoria de Serviços da Petrobras. O diretor na época era Renato Duque, que tinha o ex-gerente Pedro Barusco como subordinado.
Barusco, que decidiu colaborar com as investigações, disse que parte da propina ficava com ele e outra parte ia para o PT. Em depoimento à CPI da Petrobras, o ex-gerente disse que ele e Duque se reuniam com Vaccari em hotéis para tratar da propina.
Vaccari confirmou que os conhecia e encontrava, mas disse que nunca tratou das finanças do partido com eles.
O tesoureiro disse que conheceu Duque em um evento social no Rio e depois manteve contato com ele. "É um relacionamento amistoso e social. Uma pessoa com quem eu gosto de conversar, discutir política", afirmou Vaccari.
Disse ainda que só conheceu Barusco quando ele estava fora da Petrobras. Questionado sobre como marcavam seus encontros ou sobre os detalhes de como se conheceram, ele não respondeu.
Vaccari confirmou ter estado no escritório do doleiro Alberto Youssef, um dos operadores do esquema de corrupção, como provam imagens obtidas pela Polícia Federal. O tesoureiro disse que Youssef lhe convidou para ir até lá, mas não disse o motivo. "Youssef mandou um recado para que fosse ao escritório. Não marcou data. Compareci, ele não estava e fui embora".
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