terça-feira, 28 de abril de 2015

Família Peixoto é interrogada sobre escândalo de corrupção


Peixoto e a mulher, Luciana, deixam a delegacia da PF em São José, em 2011. Foto: Arquivo/OVALE

Julio Codazzi (O Vale)
Taubaté

O ex-prefeito de Taubaté Roberto Peixoto (PEN) e os outros 15 réus nos dois processos decorrentes da Operação Urupês --entre eles a mulher Luciana Peixoto e os três filhos do casal-- serão interrogados na próxima semana pela Justiça Federal.

Os depoimentos, que serão realizados em São Paulo ao longo de cinco dias, devem marcar o fim da fase de instrução dos processos, iniciados em janeiro de 2013 e que correm sob sigilo.

Os interrogatórios chegaram a ser agendados para ao menos duas datas em 2014, mas acabaram adiados devido aos prazos para a notificação de testemunhas e necessidade de readequação da pauta de audiências.
A Operação Urupês, que trouxe à tona o suposto esquema, foi deflagrada há quase quatro anos e levou à prisão o então prefeito, a primeira dama e o ex-gerente de compras Carlos Anderson dos Santos.

Acusação. De setembro de 2009 a dezembro de 2011, a Polícia Federal investigou a existência de um suposto esquema de fraudes em licitações e desvio de verbas públicas na Prefeitura de Taubaté, que seria encabeçado pelo casal Peixoto.

O suposto esquema seria operado desde 2005 e envolveu pelo menos três empresas: a EB Alimentação Escolar, a Sistal Alimentação de Coletividade e a Acert Serviços Administrativos. Os contratos investigados somam R$ 30 milhões.

As denúncias foram feitas pelo ex-chefe de gabinete Fernando Gigli, que disse ao Ministério Público e à PF que o dinheiro desviado foi investido pelo casal Peixoto em bens --sítio (R$ 250 mil), apartamento em Ubatuba (R$ 200 mil), caminhonete (R$ 37 mil) e joias, entre outros.

Em maio de 2012, com base no relatório da Operação Urupês, o Ministério Público Federal denunciou 16 pessoas pelos crimes de formação de quadrilha, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e de responsabilidade.

Depoimentos. A denúncia foi desmembrada em dois processos, que correm simultaneamente na 6.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, especializada em crimes financeiros.

Um dos processos concentra a denúncia do suposto desvio de dinheiro por meio de fraudes em licitações da Prefeitura. Nesse, constam 13 réus: o casal Peixoto, Gigli, dois laranjas, Carlos Anderson, os ex-secretários de Saúde Pedro Henrique Silveira e de Educação José Benedito Prado, e cinco representantes de empresas citadas nas denúncias.

Esses serão ouvidos entre os dias 4 e 6, sempre a partir de 14h. Peixoto, Luciana e Gigli vão falar no primeiro dia. Carlos Anderson no segundo, e os ex-secretários no último dia.

O outro processo concentra a denúncia da suposta lavagem de dinheiro, que teria contado com a aquisição de bens em nome dos filhos do casal.
Esse processo tem oito réus --novamente Peixoto e Luciana, Gigli e os dois laranjas, além dos três filhos do casal: Roberta, Viviane e Felipe.

Mais interrogatórios. Nos dias 7 e 8, novamente a partir das 14h, serão ouvidos os réus desse processo.

No primeiro dia, vão falar outra vez o ex-prefeito, a ex-primeira dama e Gigli. No último estão previstos os depoimentos dos filhos do casal.

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