O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu não comparecer à posse do ex-deputado Henrique Alves no Ministério do Turismo, nesta quinta (16), para demonstrar seu descontentamento com a demissão do ex-ocupante do cargo Vinícus Lages, mas ele está inconformado mesmo é com a própria derrota para o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha.
Cunha poderia obter qualquer outro ministério do mesmo nível, de influência do PMDB, até com orçamento mais expressivo, mas fez questão de tomar de Renan a primazia de indicar o ministro do Turismo, ao mesmo tempo em que impôs à presidente Dilma Rousseff a nomeação de alguém que ela despreza: o ex-deputado Henrique Alves.
No xadrez político, Eduardo Cunha ficou ainda mais feliz com tudo isso pelo sabor especial de mostrar que tem poder destruidor mais temido pelo Palácio do Planalto que o presidente do Senado.
Após três meses de queda de braço, com sucessivas derrotas do governo impostas por Eduardo Cuna, Dilma preferiu correr o risco de irritar Renan Calheiros ao risco de deixar o presidente da Câmara ainda mais descontente. Essa queda de braço é ainda mais curiosa considerando que ambos são filiados ao mesmo partido, o PMDB.
A agenda divulgada pela assessoria do presidente do Senado não consta a posse de Alves, marcada para as 15h. Nesse mesmo horário, Renan deverá receber a presidente nacional do PMDB Mulher, Fátima Palaes.
A Presidência da República confirmou na noite desta quarta-feira, 15, a saída de Vinícius Lages do cargo. Para não desagradar Renan, Dilma teria oferecido várias opções para realocar o agora ex-ministro, como a presidência da Cia Nacional de Abastecimento (Conab), mas o senador recusou todas as ofertas.
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