Em meio à segunda fase do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se prepara para julgar nesta terça-feira, às 19h, mais um capítulo do escândalo. A corte vai levar a plenário recurso do PT envolvendo a prestação de contas do partido relativa a 2003, exatamente o ano em que os petistas deram início à compra de apoio político no Congresso Nacional.
Em decisão individual de junho de 2010, a ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, aprovou com ressalvas a contabilidade petista – ainda que nos documentos houvesse registro dos empréstimos bancários fraudulentos que irrigaram o esquema do mensalão. O caso ainda está aberto porque o PT recorreu da decisão da magistrada de impor multa de 180 000 reais por falhas na aplicação de recursos do Fundo Partidário. Para dificultar a fiscalização do tribunal eleitoral, o PT misturou recursos do Fundo Partidário com outras espécies de receita. À época, o então tesoureiro do partido Delúbio Soares já admitia que a legenda havia arrecadado recursos por meio de caixa dois.
Pareceres – O recurso do PT será analisado após VEJA revelar que o TSE sumiu com pareceres técnicos que sugeriam a reprovação das contas no período do mensalão e também da campanha da presidente Dilma Rousseff. O desaparecimento dos documentos ocorreu após interferência do ministro Ricardo Lewandowski, então presidente do tribunal.
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