quinta-feira, 14 de março de 2013

O Ato e o Fato


Por Brasilino Neto

Brasilino NetoEsta semana uma coisa de inusitada se deu em nosso país, ou seja, Câmara Federal votou o fim dos odiosos pagamentos do 14º e 15° salários para os deputados e senadores, o que já perdurava por 67 anos, o que resultou em vultoso desfalque aos cofres públicos e, por consequências aos bolsos e interesses reais do povo brasileiro. 

Nesta mesma linha o Senado apresentou proposta, que ainda depende de votação, para codificações de regulamentos que, se aprovados, resultarão, uma economia de R$ 262 milhões, isto mesmo, R$ 262 milhões em dois anos. 

Fiquemos alegres com isto, ou melhor, "meio alegre", pois muito há para ser feito, ou melhor, desfeito, principalmente quando se sabe que neste ano de 2013 o congresso Nacional consumirá R$ 8,5 bilhões, volume este que é até mesmo inimaginável calcular para quaisquer dos mortais brasileiros que vivem fora da ilha da fantasia, Brasília. 

Por que se faz referência de que muito há ainda para ser desfeito? Pois além do salário que recebem, que se aproxima de R$ 30.000,00, ainda têm plano de saúde (que não é pelo SUS), pelo qual os deputados pagam R$ 250,00 e os senadores nada, o que é vitalício e extensivo aos familiares com até 21 anos. 

E mais, verba indenizatória no valor de R$ 34.000,00 para passagens, combustíveis, envio de correspondências, aluguéis de imóveis e outros penduricalhos. Recebem ainda apartamentos funcionais, ou o direito de receberem, mesmo os que morem em Brasília e tenham casa própria, a importância deR$ 3.800,00 mensais. 

Como se não bastassem essas agressões, o Congresso Nacional ainda desembolsa, mesmo com o plano de saúde que os parlamentares têm, cerca de R$ 100 milhões de reembolso de despesas médicas por ano. O próprio Renan, presidente do Senado, na semana passada solicitou o reembolso de R$ 33.000,00, segundo ele gastos (?) com dentista. É possível uma coisa desta? 

Aqui mais uma vez a pergunta: Há ou não há muita coisa ainda para ser desfeita para que acabem com esses indecentes pagamentos que, como diz Rosseau, "viola a consciência coletiva". 

Ah, uma última coisa, noticiou-se também que a durona, que a intransigente ministra Eliana Carmon, que até a alguns dias chefiava a corregedoria do judiciário brasileiro recebeu, a título de "vale alimentação" R$ 84.000,00, referentes ao cinco últimos anos o que, convenhamos, dá para comer uns "pf" bem recheados. 

E assim, diante destas excrescências, nós os simples mortais brasileiros e que moramos fora da ilha da fantasia, continuamos nossa caminhada.

(Fonte de consulta:VEJA, edição n° 2.311)

Um comentário:

P. Alcântara disse...

Brasilino, sempre um bom e interessante artigo. Parabéns amigo.