A cena foi, em tudo, paradoxal. Com uma coroa cravejada por diamantes, colar de ouro e brilhantes e uma família real que vive sob a tutela anual de 38 milhões de libras (aproximadamente R$ 98 milhões), a Rainha Elizabeth II foi ao parlamento britânico apresentar, oficialmente, 19 projetos de lei do primeiro-ministro David Cameron para os anos de 2012/2013. “As prioridades dos meus ministros serão reduzir o déficit e recuperar a estabilidade econômica”, disse Elizabeth, que, em meio aos pesados subsídidos oficiais, não tem direito a opinião própria: o discurso manifesta uma posição de governo, e não a pessoal dela.
A Inglaterra escolheu o aperto de cintos para enfrentar o que, tecnicamente, já é uma situação de recessão. O PIB do país declinou no último trimestre de 2011 e no primeiro trimestre de 2012. Para voltar a crescer, o pacote de projetos de Cameron, a serem votados pelo parlamento, inclui mudanças na legislação trabalhista, com retirada de direitos e benefícios dos empregados, e alterações nos sitemas de pensões e aposentadorias. No campo político, as propostas incluem o estabelecimento do voto direto para a Câmara dos Lordes, de modo a que seus membros não possam mais ter mandato superiores a 15 anos. Hoje, os integrantes desta ala do parlamento tem permanência vitalícia. Com índice de aprovação superior a 70% junto ao público, cortes nos gastos da monarquia inglesa não estão nos planos imediatos.
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