Sérgio Moro disse o que tinha de ser dito: as empreiteiras incriminadas na Lava Jato devem ser imediatamente afastadas de todas as obras públicas.
A Folha de S. Paulo, hoje, mostra que o governo, em vez de seguir o caminho recomendado por Sérgio Moro, faz o contrário. Dos R$ 37,7 bilhões previstos para as obras da Olimpíada, as empreiteiras envolvidas na Lava Jato vão embolsar R$ 27,5 bilhões. Ou 73% do total.
O pastor da Igreja Universal que assumiu o ministério dos Esportes, George Hilton, e o tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff que vai assumir a Autoridade Pública Olímpica, Edinho Silva, devem estar felizes. Mas o Estado, além de se tornar cúmplice, mais uma vez, das empreiteiras corruptoras, terá uma penca de obras inacabadas pelas mãos, porque muitas dessas empresas vão falir nas próximas semanas ou nos próximos meses.
A OAS já deu dois calotes e teve sua nota rebaixada pela Moody's para D - ou Default. A Odebrecht perdeu o grau de investimento. A Andrade Gutierrez está no patamar de Angola. A Queiroz Galvão e a Mendes Junior despencaram.
Quantas delas sobreviverão à Lava Jato é incerto. O que se sabe, desde já, é que elas não podem ganhar mais um tostão de dinheiro público. E que, desse jeito - repetindo o bordão da Copa do Mundo -, não vai ter Olimpíada.
O Antagonista
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