O ano de 2014 desmoralizou qualquer astrólogo, numerologista ou jornalista metido a fazer apostas sobre o Brasil. A goleada humilhante de 7 a 1. A morte trágica de Eduardo Campos. As reviravoltas nas eleições. O petrolão, com o roubo de bilhões. Esses cataclismos somados tornam uma irresponsabilidade o texto abaixo. No ano passado, fiz meus votos ao presidente que fosse eleito em 2014. A julgar pelo que aconteceu, éramos ingênuos e não sabíamos. Dilma Rousseff também não sabia de nada. Eis minhas apostas para 2015.
O mordomo, aliás, o doleiro será o único a continuar preso até o fim do próximo ano.
A Papuda será transformada provisoriamente num resort, com jacuzzi nas celas, para se adaptar ao novo estilo de presidiário itinerante. Fará convênio com o Copacabana Palace para fins de semana semiabertos na suíte favorita de Lula e Gisele Bündchen.
Dilma Rousseff voltará a falar. Mas levará tempo. Está rouca de tanto engolir os sapos do Lula.
Nenhuma refinaria será aprovada em 2015. Virou sinônimo de regrosseria.
A delação premiada virará moda nos presídios e nas favelas comandadas por traficantes e milicianos.
Bombeiro nenhum conterá os vazamentos. Ou o desabamento das ações da Petrobras.
Dona Marisa achará pequeno o tríplex no Guarujá e pedirá ao marido Lula um quadrúplex.
Paulo Roberto Costa abrirá uma empresa de consultoria para bandidos arrependidos e escreverá um best-seller definindo o que é “offshore vermelho”.
Sergio Moro perseguirá falcatruas até no Supremo. Ninguém segura mais o homem com jeito de bom moço. Silvio Berlusconi teme que Moro peça cidadania italiana.
Venina, a menina veneno da Petrobras, mostrará outros e-mails matadores e estrelará a nova temporada da série Downtown Brasília.
Graça Foster será promovida por Dilma. A qualquer coisa. Imperatriz do pré-sal, imperatriz leopoldinense, não importa. Sem Graça, Dilma não fica. Uma não vive sem a outra.
O novo Enem (Exame Nacional de E-Mails), a ser criado por Dilma em 2015, tem o objetivo de ajudar Graça a melhorar o nível de interpretação de texto.
Joaquim Levy, o Clark Kent da equipe ministerial, ajustará até a saia da Dilma. Só que ela esconde na manga uma pedra de kriptonita.
Cuba também investigará as contas da Petrobras. E o mojito desbancará a caipirinha no gosto dos americanos.
Carteiradas de juízes para levar vantagem pessoal serão finalmente extintas, porque ninguém mais leva a sério.
Motoristas de ônibus e vans não terão mais raiva assassina de ciclistas e pedestres.
O Congresso só aprovará reforma da cozinha.
Deputados e senadores esticarão o recesso para aproveitar as últimas boquinhas e os últimos jatinhos emprestados.
Parlamentares acharão pouco o aumento de seus vencimentos, de R$ 26.700 para R$ 33.800.
A lista dos políticos envolvidos com o amigo oculto Alberto Youssef só será divulgada após o Carnaval por “excesso de trabalhos” em 2014. Você acredita?
O Botafogo pedirá audiência ao papa Francisco, para que ele revele a mandinga que fez para que seu clube, o San Lorenzo, fosse campeão da Libertadores.
A Baía de Guanabara será despoluída.
O Gastão, sobrinho do Tio Patinhas Alckmin, será multado em 50% de suas contas se consumir mais água do que deve. Paulistas caíram como patinhos na lagoa seca.
Brasileiros de todas as classes sociais aprenderão a dizer “por favor”, “obrigado” e “desculpe”.
RUTH DE AQUINO, em Época
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