O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), respondeu
nesta quinta-feira à crítica do ministro Marco Aurélio Mello de que ele não
teria condições de ser presidente da Corte devido aos constantes bate-bocas
protagonizado com os colegas. Barbosa insinuou que Marco Aurélio não tinha
estudado o suficiente para chegar ao cargo, mas se valido do parentesco com o
ex-presidente Fernando Collor, que o nomeou.
- Ao contrário de quem me ofende momentaneamente, devo toda a minha ascensão
profissional a estudos aprofundados, à submissão múltipla a inúmeros e
diversificados métodos de avaliação acadêmica e profissional. Jamais me vali ou
tirei proveito de relações de natureza familiar - afirmou.
Barbosa também disse que Marco Aurélio costuma ser um problema para todos os
presidentes do STF. E ressaltou que obedece às regras de convivência aprendidas
não apenas nos livros, mas na vida.
- Um dos principais obstáculos a ser enfrentado por qualquer pessoa que ocupe
a Presidência do Supremo Tribunal Federal tem por nome Marco Aurélio Mello. Para
comprová-lo, basta que se consultem alguns dos ocupantes do cargo nos últimos 10
ou 12 anos. O apego ferrenho que tenho às regras de convivência democrática e de
justiça me vem não apenas da cultura livresca, mas da experiência concreta da
vida cotidiana, da observância empírica da enorme riqueza que o progresso e a
modernidade trouxeram à sociedade em que vivemos, especialmente nos espaços
verdadeiramente democráticos - disse.
O ministro ainda ressaltou que, quando ocupar a presidência do STF, a partir
de novembro, não tomará decisões ilegais e “chocantes para a sociedade”, e
tampouco fará intervenções inapropriadas, apenas para se exibir, afirmando que
as atitudes eram típicas de seu desafeto.
- Caso venha a ter a honra de ser eleito presidente da mais alta Corte de
Justiça do nosso país nos próximos meses, como está previsto nas normas
regimentais, estou certo de que de mim não se terá a expectativa de decisões
rocambolescas e chocantes para a coletividade, de devassas indevidas em setores
administrativos, de tomadas de posição de claro e deliberado confronto para com
os poderes constituídos, de intervenções manifestamente ‘gauche’, de puro
exibicionismo, que parecem ser o forte do meu agressor do momento - declarou.
O Globo
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