quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Rente à grade, Delúbio renova voto de silêncio


Josias de Souza:

Certos silêncios merecem um estudo antropológico. O de Delúbio Soaes é um deles. Descobertas as mágicas financeiras que fazia com Marcos Valério, matou no peito as “verbas não contabilizadas” da caixa registradora do PT. Nessa época, achava que o futuro teria o formato de uma “piada de salão”.

Expulso do PT em 2005, trancou-se em seus rancores. Readmitido na legenda em 2011, autodefiniu-se: “Faz parte da minha integridade não delatar ninguém.” Prestes a ver a piada virar um mandado de prisão expedido pelo STF, o ‘arquivo’ informa aos companheiros que enxerga no cárcere uma missão partidária.
Mulher de delúbio e membro do diretório nacional do PT, a companheira Monica Valente honra o sobrenome: “Não vamos falar sobre esse assunto e nenhum outro”, disse ela, ecoando o bico fechado do marido.

A renovação do voto de silêncio de Don Delúbio só tem precedentes na velha omertà da mafia italiana. Resta saber como vão se comportar os presos que não integram a grande família. Cadeia coletiva para banqueiros e publicitários endinheirados não acontece todo dia. No Brasil, é coisa sem precedentes.

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