Revista publicou série de caricaturas nesta quarta-feira e governo francês recorreu a 'medida de precaução' para evitar que onda de revolta se intensifique
"Não ria!" |
Depois que a revista satírica francesa 'Charlie Hebdo' cumpriu a promessa de publicar uma série de caricaturas do profeta Maomé, nesta quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da França anunciou que, na sexta-feira, dia sagrado para o Islã, fechará suas embaixadas e escolas em 20 países de maioria islâmica.
O governo teme que os cartuns inflamem ainda mais os ânimos dos muçulmanos, já exaltados após a divulgação na internet do filme Innocence of Muslims (A Inocência dos Muçulmanos, em tradução livre do inglês). Há oito dias, uma onda violenta de revoltas tem varrido os países árabes e pelo menos 25 pessoas morreram.
O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, em discurso similar ao de Fabius, pediu responsabilidade aos meios de comunicação, mas destacou que, na França, existe liberdade de expressão. Ayrault anunciou, além disso, que vai negar a permissão para uma manifestação de protesto pelo vídeo sobre Maomé.
As charges - A capa da Charlie Hebdo desta quarta-feira mostra um judeu ortodoxo empurrando uma cadeira de rodas com um homem de turbante. Ambos avisam ao leitor: "Não ria!". A frase é uma alusão à outra edição do periódico, de novembro de 2011, em que Maomé diz: "Cem chibatadas se você não morrer de rir". Na ocasião, a publicação provocou a revolta dos muçulmanos, que destruíram a sede da revista com uma bomba. Outras caricaturas publicadas nesta quarta-feira exibem, ainda, o profeta em situações embaraçosas. Em uma delas, ele está nu.
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