quarta-feira, 2 de maio de 2012

Gurgel não tinha mesmo como falar à CPI; cada coisa no seu devido lugar


O procurador geral da República, Roberto Gurgel, recusou, e nem teria como aceitar, o convite para falar à CPI (vejam post anterior). Nem teria como aceitar. Além de ilegal, o “convite” que lhe foi feito é só uma forma rebaixada de pressão. Há gente organizada na comissão para desmoralizá-lo por causa do… processo do mensalão!!! Sempre isso! O objetivo é tentar demonstrar que ele não é isento e que a acusação contra Zé Dirceu e os demais é infundada.

Se acham que Roberto Gurgel cometeu falha no caso de Demóstenes Torres, e é um direito achar, que representem contra o procurador-geral, ora essa! Mas que tenham a coragem de fazê-lo claramente. O que não dá é para, na prática, tentar subtrair sua autoridade com eventuais ataques gratuitos. Notem que está em curso um esforço para demonstrar que não há autoridade limpa no país, em lugar nenhum. Logo, os mensaleiros não teriam feito nada demais. É esse o substrato dessa narrativa.

Sessão secreta nestes dias? Isso não existe mais! Vai ter gente tuitando durante a sessão. Não ficará uma só palavra em segredo. Pior ainda: como, oficialmente, a sessão é reservada, os boatos não poderão ser confrontados com os fatos. Tudo o que Gurgel eventualmente falasse numa comissão poderia ser usado contra a própria investigação. A CPI, afinal de contas, é, como diz o nome, uma comissão de inquérito e tem poderes para investigar. A Procuradoria-Geral da República é outra instância. E convém não misturar as coisas.

“Então o procurador-geral está acima do bem e do mal?” Ninguém está. Reitero: se acham que ele cometeu uma falha grave, que recorram ao Supremo para processá-lo.

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