Ex-ministro da Defesa do governo Dilma Rousseff, o peemedebista Nelson Jobim criticou nesta quinta-feira (17) seu próprio partido por ainda não ter um candidato próprio à Presidência em 2014 e de ter uma relação de submissão ao PT.
“É o momento de termos cara e voz. E quem não tem cara a voz, curva-se. E quem se curva-se, toma um pontapé”, disse Jobim.
Jobim saiu do governo petista, em agosto do ano passado, depois de expor críticas a colegas de ministérios e dizer que votou no tucano José Serra e não na presidente.
“O PMDB não quer correr risco desde 1989 e ficamos sempre pagando por não termos candidatura, por não termos posição e ficarmos sempre à deriva”, afirmou.
“Nos tornamos ‘homologadores’ de decisão que não participamos e depois é cobrado de nós uma lealdade daquilo que não recebemos”, completou Jobim e foi ovacionado pelos militantes da legenda que participavam do II Forum do PMDB, em Brasília.
Após ouvir as críticas de Jobim, o vice-presidente Michel Temer contemporizou e disse que as divergências e a exposição e críticas internas sempre marcaram a história do PMDB e são “naturais” além de “saudáveis” para garantir a democracia interna da legenda
“O PMDB é um partido informal. Nos demais partidos não verificamos uma posição como essa de os nossos membros falarem mal do PMDB internamente”, considerou Temer.
Temer aproveitou sua fala no evento para pedir unidade ao partido, agradecer a atuação de parlamentares da legenda na votação do Código Florestal e defender que os peemedebistas voltem a presidir a Câmara dos Deputados, hoje presidida pelo petista Marco Maia (RS).
A legenda já ocupa a presidência do Senado, com José Sarney (AP) e a a vice-presidente da Câmara dos Deputados, Rose de Freitas (ES).
Depois de Jobim, Rose de Freitas também criticou o partido ao questionar se eram “protagonistas ou coadjuvantes” no cenário político nacional. “Está na hora da gente se expor”, pediu a deputada.
O presidente nacional da legenda, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), também defende a candidatura própria do partido apenas "no momento em que ele estiver pronto" para vencer as eleições. Ele não descartou para 2014, manter a aliança com PT e adiar o "sonho" de candidatura própria em 2018.
“Eu trabalho no sentido de preparar um bom nome para presidente da República. É o que eu mais quero e é o que 99% do PMDB mais sonham e mais querem é uma candidatura própria, mas temos que escolher o momento certo”, afirmou.
“Não adianta lançar por lançar, quando lançar um candidato, tem que ser para valer, para vencer. Por isso, temos que prepar as bases do partido em 2012 e, talvez, em 2014, para lá na frente, lançar uma candidatura forte para presidente da República”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário