O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, já se tornou a figura mais patética do
ministério de Dilma. Um feito impressionante num grupo que teve em cinco meses
seis baixas: de 7 de junho até hoje, caíram Palocci, Nascimento, Jobim, Rossi,
Novais e Silva.
Só um caiu por ser inconveniente, o ministro Jobim, gaúcho de alma tucana. O
resto foi por acusações de corrupção e desvio.
O processo de desgaste segue roteiros parecidos. Alguns se debatem mais, por
amor incondicional ao poder. De Lupi, suor e bravatas escorrem pelos poros. Ele
bate no peito, espuma, grita. Mas não explica nada.
“Sou osso duro de roer. Quero ver até onde vai essa onda de denuncismo.”
“Daqui ninguém me tira. Só se for abatido à bala. E tem de ser bala de grosso
calibre, porque eu sou pesado.” “Morro, mas não jogo a toalha.” “Conheço a
presidente Dilma há 30 anos. Duvido que ela me tire. Nem na reforma
ministerial.” “Bola da vez? Só se for a bola sete, a bola da vitória.” “Peço
desculpas à opinião pública, que fica com a imagem de que sou louco, um
tresloucado.” “Presidente Dilma, me desculpe se fui agressivo. Dilma, eu te
amo.”
Ninguém merece um ministro assim no Trabalho, uma pasta que requer
equilíbrio, habilidade, capacidade de negociar e analisar as reivindicações de
trabalhadores.
Lupi – como todos os outros – se considera vítima de perseguição. Até do
próprio partido, o PDT, dividido entre o pessoal de raiz e os oportunistas.
O motivo da perseguição é inacreditável. Querem derrubá-lo por puro
preconceito de classe. Por ser “ex-jornaleiro”. Todo jornalista tem um apreço
especial pelos jornaleiros. São eles que, nas bancas, ajudam ou não a
impulsionar a venda avulsa. Mas Lupi hoje detesta a imprensa.
Não tenho ideia de como Lupi (“sou italianão, sou atirado”) se comportava
como jornaleiro nos anos 1980, quando conheceu Brizola. Eu nem sabia disso, para
falar a verdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário