domingo, 13 de novembro de 2011

Quem ama Lupi?





O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, já se tornou a figura mais patética do ministério de Dilma. Um feito impressionante num grupo que teve em cinco meses seis baixas: de 7 de junho até hoje, caíram Palocci, Nascimento, Jobim, Rossi, Novais e Silva.

Só um caiu por ser inconveniente, o ministro Jobim, gaúcho de alma tucana. O resto foi por acusações de corrupção e desvio.

O processo de desgaste segue roteiros parecidos. Alguns se debatem mais, por amor incondicional ao poder. De Lupi, suor e bravatas escorrem pelos poros. Ele bate no peito, espuma, grita. Mas não explica nada.

“Sou osso duro de roer. Quero ver até onde vai essa onda de denuncismo.” “Daqui ninguém me tira. Só se for abatido à bala. E tem de ser bala de grosso calibre, porque eu sou pesado.” “Morro, mas não jogo a toalha.” “Conheço a presidente Dilma há 30 anos. Duvido que ela me tire. Nem na reforma ministerial.” “Bola da vez? Só se for a bola sete, a bola da vitória.” “Peço desculpas à opinião pública, que fica com a imagem de que sou louco, um tresloucado.” “Presidente Dilma, me desculpe se fui agressivo. Dilma, eu te amo.”

Ninguém merece um ministro assim no Trabalho, uma pasta que requer equilíbrio, habilidade, capacidade de negociar e analisar as reivindicações de trabalhadores.

Lupi – como todos os outros – se considera vítima de perseguição. Até do próprio partido, o PDT, dividido entre o pessoal de raiz e os oportunistas.

O motivo da perseguição é inacreditável. Querem derrubá-lo por puro preconceito de classe. Por ser “ex-jornaleiro”. Todo jornalista tem um apreço especial pelos jornaleiros. São eles que, nas bancas, ajudam ou não a impulsionar a venda avulsa. Mas Lupi hoje detesta a imprensa.

Não tenho ideia de como Lupi (“sou italianão, sou atirado”) se comportava como jornaleiro nos anos 1980, quando conheceu Brizola. Eu nem sabia disso, para falar a verdade.

Ruth de Aquino


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