Há ONGs e ONGs – e algumas deveriam perder o “N” da sigla de tão dependentes
do governo. No entanto, é preciso separar o joio do trigo e, nesse sentido, a
decisão governamental de suspender contratos para uma triagem chega tardia.
Mas, antes tarde do que nunca. Há ONGs sérias, sem dúvida, que precisam ser
preservadas, mas há uma farra no setor que também precisa ser contida. O filtro
é o caminho mais clássico e eficiente para alcançar esse objetivo.
A prática de utilizar as entidades não governamentais para desviar dinheiro
público não é uma exclusividade, é importante que seja dito, do Poder
Executivo.
Ela se alastrou também pelo Legislativo como algumas operações da Polícia
Federal já demonstraram. Não são poucos os parlamentares que dela se valem para
financiamento de campanhas – e, alguns, até em benefício próprio.
Por isso, o saneamento do setor requer mais que levantamentos, filtros e
peneiras finas: se não for implantado um eficiente sistema de acompanhamento e
fiscalização, tudo volta com o tempo.
O governo, portanto, precisa demonstrar que deseja ir além do efeito
midiático de uma limpeza de ocasião para exibir determinação de impor limites e
conseqüências legais a quem ultrapassá-los.
Algo sistêmico que dê eficiência máxima ao setor e longevidade moral e ética
a um modelo de complemento governamental que pode ser de grande valia – em parte
já o é -, para resultados que o Estado historicamente tem dificuldade de
produzir.
Por ora, a mudança ministerial, as primeiras declarações do novo ministro do
Esporte, Aldo Rebelo (PC do B-SP) e as medidas agora anunciadas pelo governo,
representam um basta na sangria que estava em curso. É preciso ir adiante.
Um comentário:
Clovis é preciso sim acabar com essa excrecência, pois fonte de corrupção e desvios. Só isto.
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