Delegados da Polícia Federal protestam contra a
redução da pena máxima para o crime de lavagem de dinheiro - de 18 anos para 10
anos de prisão -, conforme define o Projeto de Lei 3443 aprovado pela Câmara.
Eles reclamam de outro ponto que reputam vital no combate ao crime organizado:
bens que a PF confisca de empresários, doleiros e servidores envolvidos em
fraudes e desvio de recursos da União serão destinados "ao moroso processo de
leilão que poderá sofrer uma série de medidas judiciais de atraso".
Lavagem de dinheiro é recurso usual que
organizações criminosas adotam para ocultar e dissimular propriedades e valores
ilicitamente obtidos. Por meio de offshores, principalmente, e laranjas, remetem
fortunas para paraísos fiscais, o que dificulta o rastreamento e a
repatriação.
"Causou estranheza o argumento do
governo de que foi obrigado a ceder para aprovar o projeto", adverte
Bolivar Steinmetz, presidente da Associação Nacional dos Delegados da PF. "A
quem interessava limitar a ação da polícia e do Ministério Público? Com certeza
não é o cidadão de bem, pois este sequer sabe como se procede à lavagem de
ativos."
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