Josias de Sousa
Considerando-se a primeira reação, o governo do Irã não tem a mais remota intenção de dar ouvidos a Lula.
Num comício realizado em Curitiba, no sábado (31), Lula dissera que intercederia em favor da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani (foto).
Afirmou que ligaria para o companheiro déspota Mahmoud Ahmadinejad. Ofececeria asilo para Sakieneh no Brasil.
Porta-voz do Ministério do Exterior iraniano, Ramin Mehmanparast atribuiu a proposta de Lula a excesso de emoção e escassez de informação.
"O presidente da Silva tem uma personalidade muito emotiva e humana, mas provavelmente não tem informação suficiente sobre o caso", disse Ramin.
Segundo ele, a iraniana "cometeu um crime". Dispôs-se a repassar a Lula mais informações, "para que ele entenda o caso".
Mãe de um par de filhos, Sakineh foi condenada por suposto adultério. A pena? 99 chibatadas (já aplicadas) e morte por apedrejamento.
Lula vinha sendo pressionado a agir, Num primeiro momento, disse que não lhe cabia senão respeitar as leis do Irã, sob pena de “avacalhação”.
Três dias depois, com os pés plantados no palanque, saiu-se com a proposta de acolher a condenada no Brasil. Ahmadinejad não parece tê-lo levado a sério.
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