José Sarney nos deixou às portas da hiperinflação. 68% de rejeição. Fernando Collor conduziu o país ao desastre econômico e sequestrou a poupança dos bravos. Iguais 68% de repúdio. Dilma quebrou o país, conduzindo-o, adicionalmente, à maior recessão de sua história: 71% a consideravam ruim e péssima.
Michel Temer chegou ao poder no país que havia encolhido 3,6% no ano anterior. Deve crescer algo em torno de 2% neste ano. A Inflação passava dos 10%. Está abaixo de 3%. A taxa Selic estava em 14,25%; agora, em 6,5%. São os juros nominais e reais mais baixos da história. E, no entanto, segundo o Datafolha, sua rejeição é recorde: 82%.
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O MPF e a PF se dedicaram à sanha enlouquecida para desgastar o governo. Até que se chegou à tramoia de maio do ano passado. As gravações em que Joesley Batista confessa sem querer a urdidura armada por Rodrigo Janot, com a participação ativa de Edson Fachin e a conivência de Cármen Lúcia, são eloquentes o bastante. O objetivo era derrubar Temer.
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O caso Joesley — com a gravação daquilo que Temer NÃO FALOU — elevou sua impopularidade para 67%. Bem, aí o céu era o limite. Vieram as duas denúncias e os outros inquéritos, num cerco inédito. Com o beneplácito da PGR, de Roberto Barroso e Fachin, Temer não teve direito nem às prerrogativas do Artigo 86 da Constituição. Está sendo escancaradamente investigado, no curso do mandato, por atos anteriores ao dito-cujo. E está a menos de seis meses do fim do mandato.
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Esse governo traz outras conquistas importantes: reforma trabalhista, mudança dos marcos do pré-sal, reforma da educação, lei de responsabilidade das estatais, aprovação do teto de gastos. E vai por aí... Tudo inútil.
A esquerda percebeu a tempo; os idiotas não! Demonizar Temer era a vereda que conduziria o país à ressuscitação da esquerda. E assim aconteceu. O potencial de transferência de voto de Lula, o presidiário, continua em 47%: 30% só votariam em alguém que ele indicasse; 17% poderiam fazê-lo.
Bem, eis aí. MPF, PF e setores do Judiciário foram bem-sucedidos em destruir a reputação do governo, de cujas óbvias qualidades se faz tábula rasa em nome do combate à corrupção. Se assim é, se tudo se iguala no esgoto, então os que conseguem falar a linguagem do populismo rasteiro, de esquerda ou de direita, acabam granjeando simpatias.
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