O presidenciável tucano Aécio Neves fez uma palestra para empresários, em São Paulo. A certa altura disse, sob aplausos, que não escolhe adversários para 2014. “Para mim, não me importa se é o ex-presidente Lula, se é a presidente Dilma, o que eu quero é derrotar o modelo que não vem fazendo bem ao Brasil e iniciar um novo ciclo de meritocracia no país.”
Aécio realçou a sem-cerimônia com que os petistas falam da volta de Lula num instante em que Dilma atravessa um “momento de turbulência”. E martelou: “Nossa disputa não é pessoal. É contra essa modelo que está aí. Eu não temo essa eleição qualquer que seja o nosso adversário.”
A hipótese de Lula tomar a vaga de Dilma é remota. Teria dificuldades até para construir um discurso. Como justificaria a debilidade gerencial de uma personagem que vendeu em 2010 como uma supergerente? Ao injetar o improvável em sua palestra, Aécio apenas aponta para a parte que mais admira na anatomia da candidatura de Dilma: os pés de barro.
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