Atacado por Dilma Rousseff, o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró se ofereceu para “prestar esclarecimentos” sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Fez oferta por escrito, em cartas protocoladas na Câmara, no Senado, na Procuradoria Geral da República e na Polícia Federal. Datado de 31 de março, as cartas foram protocoladas nesta terça-feira (1º).
Cerveró é o autor do “resumo executivo” que orientou, em 2006, a decisão do Conselho de Administração da Petrobras de avalizar a compra da refinaria. Então presidente do colegiado, Dilma Rousseff também votou a favor. Há duas semanas, instada a explicar-se, ela desqualificou o texto de Cerveró.
No dizer da presidente, o documento era “técnica e juridicamente falho”. Omitia duas cláusulas que, se conhecidas, teriam levado à desaprovação do negócio, que já sorveu mais de US$ 1,2 bilhão da caixa da Petrobras. Em privado, Cerveró afirma que irá desdizer Dilma. Segundo ele, as informações referentes ao contrato estavam à disposição de todos os conselheiros.
Em 2008, Cerveró foi deslocado para a diretoria Financeira da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. No último dia 21 de março, quando a refinaria do Texas já estava pendurada nas manchetes de ponta-cabeça, Cerveró foi exonerado da função. Estava em férias na Alemanha. De volta, não vê a hora de dar a sua versão sobre os fatos.
Informada sobre a coceira na língua de Cerveró, a oposição tentará ouvi-lo na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara. Aprovou-se ali, na semana passada, um requerimento que pedia a presença do ex-executivo da Petrobras na condição de “convidado”. Falta apenas marcar a data.
Blog do Josias
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