domingo, 3 de novembro de 2013

Por suspeita de propina, EUA e Brasil investigam a Embraer


O Vale

Fábrica da Embraer, em São José; empresa mantém metas - Foto: Arquivo/O VALE
Fábrica da Embraer, em São José - Foto: Arquivo/O VALE

Autoridades americanas e brasileiras estariam investigando a Embraer por possível pagamento de propina a um membro do governo da República Dominicana em troca de um contrato de US$ 90 milhões, segundo o jornal "Wall Street Journal". 

De acordo com a reportagem, a empresa brasileira teria pago US$ 3,4 milhões para subornar uma autoridade do país caribenho. Com isso, teria ganhado uma concorrência para a venda de oito Super Tucanos às forças aéreas dominicanas. 

O caso seria parte de uma investigação iniciada em 2010 por possível violação de uma lei americana que prevê punições a filiais de multinacionais ou empresas negociadas no mercado acionário dos EUA por atos de corrupção. A Embraer já havia comunicado ao mercado, em 2011, que era alvo de uma investigação de autoridades americanas. 

Processo interno
Em nota divulgada após a publicação da reportagem, a empresa reiterou essa informação. "A Embraer divulga, desde 2011, a existência de um processo interno de investigação relativo a certas operações comerciais ocorridas fora do Brasil", diz. 
A companhia afirmou que vem cooperando com as autoridades, mas disse não poder se pronunciar sobre o assunto. "A referida investigação é realizada em caráter de sigilo, de modo que não é permitido à empresa se pronunciar." 

O comunicado não deixa claro se a história trazida pelo jornal americano faz parte dessa mesma investigação. Segundo o "Wall Street Journal", trata-se do mesmo caso. 

Documentos
O jornal diz que teve acesso a uma troca de documentos entre os governos americano e brasileiro a respeito da investigação. 

Segundo a reportagem, a primeira conversa entre representantes dos dois países teria ocorrido em 2012 durante uma conferência anticorrupção em Paris. O governo brasileiro teria enviado, no início deste ano, uma solicitação de evidências sobre o caso. Em resposta, o governo dos EUA teria fornecido detalhes, incluindo e-mails e extratos bancários, dos indícios de que o pagamento de propina ocorreu. 

O "Wall Street Journal" afirma que a Embraer contratou o escritório de advocacia Baker & Mckenzie LLP para conduzir uma investigação interna.

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