segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Presidente discursa em favor de iraniana para salvar a companheira Dilma

Até a última sexta-feira (30), o presidente Luiz Inácio da Silva estava decidido a não interceder em favor da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, acusada em seu país de cometer adultério, crime que é punido com a pena de morte por apedrejamento.

Inicialmente, Lula disse que não interferiria nos assuntos internos do Irã, mas acabou convencido por assessores e pelo staff da campanha da companheira Dilma Rousseff a mudar o discurso. No sábado (31), em Curitiba, o presidente, que dias antes alegou que as leis dos países precisam ser respeitadas para não virar “avacalhação”, disparou: “Se essa mulher está causando incômodo, nós a receberíamos no Brasil de bom grado”.

Para compreender a mudança de opinião de Lula da Silva e o local escolhido para a mais nova bravata eleitoral basta analisar em detalhes a última pesquisa Ibope sobre a corrida presidencial. No Sul, a neopetista tem 31% de intenção de voto, contra 46% do seu principal adversário, o tucano José Serra. E é também na região Sul que está concentrada a maior resistência do eleitorado feminino em relação à candidata palaciana. No Paraná, por exemplo, Dilma tem apenas 30% da intenção de voto das mulheres, contra 47% de Serra.

Resumindo, Sakineh Mohammadi Ashtiani pode e deve escapar da morte, mas já foi transformada em ferramenta de campanha no reino de Dom Lula I.

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