segunda-feira, 23 de agosto de 2010

'Época' revela o 'hiato' na biografia de Dilma

Maria Helena

Neste final de semana a revista Época abriu sua capa com foto em close de Dilma Roussef, quando tinha 22 anos, reproduzida de uma ficha do Dops de São Paulo. O título da reportagem de capa: “O passado de Dilma”.

. São 13 páginas de uma reportagem cuidadosamente elaborada.

. A revista Época não faz juízo devalor sobre a participação de Dilma Roussef na luta armada destinada a substituir a ditadura militar por uma ditadura comunista. Não era o que queriam as forças democráticas que batalhavam pelo restabelecimento das liberdades públicas e individuais. As organizações terroristas das quais Dilma Roussef foi uma das principais dirigentes – Colina, VAR e VAR Palmares – nunca trabalharam pelo restabelecimento das liberdades públicas e individuais.

. Este lado obscuro da biografia da ex-ministra de Lula não é contado nas propagandas eleitorais intimistas que o PT expõe na TV. O período sombreado vai de 1964, quando Dilma tinha 17 anos, e vai até sua saída da prisão, 13 anos depois, quando mudou-se para Porto Alegre e saiu da clandestinidade, ingressando no PDT, criado em Lisboa, 1979, mesmo ano da anistia política.

. Dilma Roussef jamais fez um mea culpa ou renegou seu passado. Até pelo contrário. Ao tomar o lugar de Zé Dirceu na Casa Civil, ela se vangloriu do que fez na Colina e VAR Palmares.

(...) . Todo o material de pesquisa da reportagem foi baseado em cópias de 5 mil páginas dos três processos em poder do Superior Tribunal Militar, que ironicamente protege tudo dos olhares curiosos. Ela foi presa quase no início dos anos 80.

Torturada selvagemente, dedurou inúmeros companheiros de prisão, inclusive em cativeiros para os quais levou os policiais do Dops.

Ao sair da prisão, três anos depois, quando a ditadura militar dava sinais de “abertura lenta, gradual e segura”, mudou-se para Porto Alegre, onde morava seu segundo marido e companheiro de luta armada, o advogado Carlos Araújo.

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