quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Família Bolsonaro fabrica as suas próprias crises


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As coisas poderiam estar perfeitas para Jair Bolsonaro. O presidente acaba de receber alta hospitalar, o Renan Calheiros levou uma paulada no Senado, o Lula continua preso e o PT se diverte discutindo se Gleisi Hoffmann errou ao comparecer à posse de Nicolás Maruro, na Venezuela. Entretanto, embora a conjuntura sorria para o presidente, seu governo parece decidido a adotar o tiro contra o próprio pé como esporte predileto. Sem oposição, o governo cria suas próprias crises. Faz isso com o luxuoso auxílio da família Bolsonaro. 

A penúltima crise foi produzida pelo vereador Carlos Bolsonaro, o 'Zero Dois' da prole presidencial, o filho que o presidente chama carinhosamente de 'Meu Pitbull'. Pois bem, Carlos mordeu o ministro palaciano Gustavo Bebianno. Chamou-o de mentiroso. Para mostrar que não acionava as mandíbulas sozinho, o "pitbull" jogou nas redes o áudio do pai se recusando a atender ao ministro que jurava ter se comunicado com ele. 

Governar o Brasil deve ser algo prazeiroso. O horário é flexível, o dinheiro é razoável, há um carro oficial na garangem e um avião no hangar. Além disso, há sempre a possibilidade de executar a demissão de alguém como Gustavo Bebianno. Deve ser uma sensação boa afastar um ministro cuja serventia no Planalto é algo ainda pendente de demonstração. Mas Bolsonaro resolveu terceirizar ao filho a desmoralização do ministro.

Aos pouquinhos, a família Bolsonaro vai se revelando uma usina de encrencas. O próprio presidente ainda deve à plateia explicações sobre o depósito feito pelo ex-assessor de Flávio Bolsonaro, o filho-senador, na conta da primeira-dama Michelle. Quando um presidente não tem oposição e fabrica suas próprias crises, a coisa vai mal. Quando as crises nascem no seio familiar, elas tedem a se tornar duradouras e insolúveis.

2 comentários:

AHT disse...

Não adianta tapar o Sol com a peneira. Politicamente, Bolsonaro e filhos cresceram entre elementos da casta baixo clero. Embora bem intencionados, arregimentaram pessoas de conduta duvidosa, tipo padrão Queiroz. Aceitaram a companhia de Bebiano, então presidente do PSL, que aceitou ser o partido de aluguel e viabilizar o sonho dos Bolsonaros. Sucesso total. Emplacaram de uma só vez suas eleições para a Câmara, Senado e Presidência da República.

Só tem "um probleminha", certas coisinhas, digamos, assim meio comprometedoras e que não tem como esconder. Se o Jair Bolsonaro é bem intencionado e um bom malandro (no sentido "ter jogo de cintura"), podemos ficar todos tranquilos. Ele obedecerá direitinho aos velhos e sábios generais, todos pacientes e bons tutores. Evidentemente, ouvindo os generais, ele compreenderá e aquietará seus energizados pimpolhos. Basta deixá-los se entretendo nas áreas de lazer do Alvorada, bem assessorados e vigiados no uso de redes sociais, protegidos em seus gabinetes e corredores do Congresso contra a presença de indiscretos(as) repórteres pró adversários.

O Governo Bolsonaro não pode falhar e decepcionar a todos aqueles que votaram pensando que estavam optando pelo Bem: "Brasil acima de tudo. Deus acima de todos".

AHT disse...

Ironias à parte... Cacildis! O Brasil não pode mais continuar dependendo de populistas, de tantos corruptos e, ultimamente, de moleques metidos a políticos!