Alexandre Padilha trocou a posição de ministro da Saúde pela condição de candidato do PT ao governo de São Paulo movido pela certeza de que tinha um destino. Não imaginou que viraria rapidamente uma fatalidade. Projetado como um líder capaz de desafiar o tucanato com pompa, Padilha tropeçou em todas as circunstâncias.
Na largada, Padilha tinha: Geraldo Alckmin como adversário, o governo Dilma como aliado, um PT superanimado, a promessa de uma megacoligação, uma foto ao lado do Maluf por tirar, um padrinho chamado Lula e a vida a lhe sorrir. Hoje, a situação de Padilha é a seguinte: precisa verificar, urgentemente, o que foi feito do apoio de Lula. Afora a foto com Maluf, ele pode ser a única coisa que lhe resta.
No momento, Padilha administra uma armadilha, não uma candidatura. Antes de disputar o segundo turno com Alckmin, ele precisa derrotar Paulo Skaff num jogo preliminar com cara de semifinal. Quer dizer: para continuar vivo na partida, Padilha terá de entrar de sola no candidato do PMDB, legenda do aliado federal Michel Temer, o vice de Dilma.
Padilha ainda não mostrou as travas da chuteira para Skaf, mas já começa a dizer que, antes dos 20 anos de PSDB, São Paulo teve de aturar duas administrações do PMDB: a de Orestes Quércia e a de Luiz Antonio Fleury. O problema é que logo, logo a cúpula do PT pode ser levada a obrigar Padilha a conduzir na coleira suas opiniões sobre Skaf e o PMDB.
Por quê? O PT adoraria derrotar o PSDB na sua principal cidadela. Mas a prioridade da legenda é reeleger Dilma. Com a popularidade em declínio em São Paulo, a presidente precisa de um palanque sólido para se escorar. E Padilha não é, por ora, senão um outro nome para a inconsistência. O candidato já tentou de tudo para se mostrar viável. Mas tudo ainda não quis nada com ele.
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