quinta-feira, 31 de julho de 2014

O inaceitável lidera disputa pelo governo do DF


Elza Fiúza/ABr

Pesquisa realizada no Distrito Federal revelou uma boa notícia: a três meses da eleição, não houve nenhum aumento na taxa de incongruência do eleitorado. Continua nos mesmos 100%. O ficha-suja José Roberto Arruda, maestro do chamado mensalão do DEM, com o prontuário adornado por uma passagem pela cadeia e uma condenação de segundo grau por improbidade administrativa, ainda é o primeiro colocado na corrida pelo governo da capital da República.

Segundo o Ibope, Arruda, hoje filiado ao PR do mensaleiro preso Valdemar Costa Neto, coleciona 32% das intenções de voto. É praticamente o dobro dos 17% atribuídos ao atual governador, Agnelo Queiroz, do PT. Na terceira posição, estatisticamente empatado com Agnelo, vem o senador Rodrigo Rollemberg, do PSB, com 15%.

Nas dobras da pesquisa há indicativos de que, com sorte, o eleitor do DF ainda pode recobrar o juízo. É taxa de rejeição de Arruda é tão alta quanto o índice de adesão: 32% dos eleitores informam que não votariam nele de jeito nenhum. No comando de uma administração ruinosa, Agnelo arrosta rejeição ainda maior: 46%. Se conseguir transformar aversão em esperança, Rollemberg, rejeitado por apenas 7% do eleitorado, talvez consiga transformar-se numa surpresa. E o Executivo do DF terá, no mínimo, a oportunidade de cometer erros diferentes.

Supremo paradoxo: na disputa pelo Senado, o multiprocessado senador do PTB Gim Argelo (13% dos votos) e o precário deputado do PT Geraldo Magela (16%) são candidatos favoritos a fazer do deputado Reguffe (31%), um ficha-limpa do PDT, o próximo senador do Distrito Federal.

Por ora, resta cruzar os dedos e torcer para que Arruda e Agnelo não prevaleçam. Do contrário, o eleitorado da Capital provará três coisas ao resto do país: 1) a democracia é o regime em que as pessoas têm ampla e irrestrita liberdade para exercitar sua capacidade de fazer besteiras por conta própria; 2) eleição é uma loteria sem prêmio no final; 3) o voto é um equívoco renovado de quatro em quatro anos.

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