Por Merval Pereira
Ao fim de seu livro “50 anos esta noite”, da editora Record, que lança no Rio hoje, o ex-governador de São Paulo, ex-ministro, ex-candidato à Presidência da República duas vezes e atual candidato ao Senado José Serra define bem sua maneira de ver a ação política: “A democracia que convive bem com as iniquidades nos convida ao conservadorismo sem imaginação. Por outro lado, a permanente crispação das demandas, que não cuida de conservar o que se conquistou, conduz ao impasse. De algum modo, é o equilíbrio dessas duas forças que nos faz avançar”.
Trata-se de relato pessoal dos anos pré-ditadura militar, quando teve atuação política no centro dos acontecimentos com apenas 22 anos, como presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), e do duplo exílio, do Brasil para o Chile e de lá, com a derrubada de Allende, novamente exilado em Roma e nos Estados Unidos, onde se formou doutor em economia em Princeton no Institute for Advanced Study.
Anos mais tarde, reler sua tese nunca publicada sobre a política econômica do governo Allende fez surgir “um ser fantasmático, aplicado, intelectualmente veemente, que se esfalfa para entender um trauma histórico e seguir em frente — eu mesmo outrora e agora”.
É interessante aprender como foi forjada a personalidade política de Serra, reconhecidamente um amante dos detalhes (“onde o diabo mora”), um administrador rigoroso e obstinado.
Leia a integra em O Globo
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