sábado, 25 de maio de 2013

O ATO E O FATO


Esta semana trazemos um texto no mesmo teor dos anteriores, que fala também da relação familiar, hoje um pouco esquecida, e na consideração de que muitas foram as manifestações de apreço por eles. 

Brasilino Neto
Filho, você me leva !

O filho, tenra criança, fazia perguntas e ele, o pai, respondia.
Repetia ele amavelmente explicava
Foram centenas delas e tantas pacientes respostas.
Passaram-se os anos, aquela criança, hoje jovem continua a perguntar.
E o pai cuidadosamente a explicar.
(Tudo é fácil quando a relação se dá de pai para filho)!
Seguiu-se o andamento célere do tempo.
Hoje o filho amadurecido e o pai envelhecido, e sem muita mobilidade.
O Pai pediu ao filho:
- Pode me levar até a praça hoje? Há tempo não vou lá!
- Mas o que você (deveria ser senhor) vai fazer lá?
- Rever alguns amigos que há muito não encontro.
- Mas se você quiser rever sempre seus amigos deverei levá-lo sempre?!
- E eu não tenho tempo a perder!
- Está bem, não precisa me levar, vou só!
- Que vai só, não consegue nem andar, vai demorar um ano pra chegar, e ai seus amigos já se foram.
- Não tem problema, já não quero mais vê-los. Quero somente relembrar o tempo que com você ali passei, passeei e respondia às perguntas que você me fazia, e nas respostas estava o alento de meu coração e alma, pois o amava tanto quanto hoje. E por certo estes sentimentos ali ainda estão e me farão entender que o tempo que você não tem hoje ‘a perder comigo’ foram os que eu ganhei com você, e me fizeram felizes.
Isto me será a compensação e me valerá ter vivido, ter sido seu Pai.
Filho não perca, vá sim ganhar seu tempo.

Vai filho e que Deus te abençoe! Pois eu continuo te amando!

Por Brasilino Neto

Um comentário:

Ana Lúcia Arantes disse...

Eita Dr. Brasilino, mais uma vez arrasando. Que bom ler seus artigos de mensagens que representam os pensamentos de muitas pessoas, assim como os meus.