quarta-feira, 22 de maio de 2013

Médico que coordena programa do governo de SP de combate ao crack consegue escapar de arapuca armada pela TV Cultura; entrevistado era difamado, em tempo real, por membro da bancada do Roda Viva. Um espetáculo grotesco de patrulha e grosseria!


Veja online

O Roda Viva, da TV Cultura, entrevistou na segunda-feira o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, uma das maiores autoridades brasileiras em dependência química. Ele coordena o programa “Recomeço”, implementado pelo governo de São Paulo, para atender especialmente os dependentes de crack. Entrevista? Não! O que a TV Cultura, TV pública de São Paulo alimentada por dinheiro também público, tentou armar foi um linchamento em forma de entrevista. Laranjeira só não foi esmagado pelos entrevistadores — todos eles, com a exceção de uma, claramente favoráveis à descriminação das drogas — porque é preparado, conhece o assunto e soube combater o achismo e a irracionalidade com informação.

A coisa alcançou tal nível de delinquência intelectual que, atenção!, o rapaz escalado para acompanhar a repercussão da entrevista do Twitter, alimentando o programa com informações, passou ele próprio a atacar o entrevistado em tempo real. Enquanto Laranjeira falava, ele o desqualificava em seu perfil. Escrevo de novo: uma pessoa que estava na bancada do Roda Viva, em tempo real, atacava o entrevistado. ATENÇÃO, CONVIDADOS DO RODA VIVA! HÁ O RISCO DE VOCÊS SEREM DIFAMADOS NAS REDES SOCIAIS PELO PRÓPRIO PROGRAMA! A menos, claro!, que vocês digam o que que querem que vocês digam! No geral, se as opiniões estiverem identificadas com o politicamente correto, com o petismo e com as esquerdas, tudo bem! Caso contrário, é porrada na certa! Abaixo, segue o vídeo no Youtube.




Foram escalados para entrevistar Larajeira:

- Ilona Szabo de Carvalho - ela é diretora de um tal Instituto Igarapé, que responde por uma certa Rede Pense Livre, organização que defende a descriminação da drogas. A Pense Livre foi uma das organizadoras daquele seminário em Brasília que defendeu a legalização de todas as drogas. Foi financiado com dinheiro público e só convidou as pessoas que têm esse ponto de vista.
- Laura Capriglione – jornalista da Folha de S. Paulo, é a minha musa na imprensa. Parou de cobrir enchentes na gestão Fernando Haddad. Aposentou as galochas. É contra a internação involuntária de viciados e favorável à descriminação das drogas.
- Bruno Paes Manso – Jornalista do Estadão, é uma espécie de Laura Capriglione com ambições quase acadêmicas. Também defende a descriminação.
- Denis Burgierman – jornalista, é diretor de redação da revista Superinteressante. Mas não estava lá por isso. É um fanático da descriminação das drogas, escreveu livro a respeito e também é ligado à Rede Pense Livre.
-Mara Menezes – Presidente do Conselho da Federação Amor Exigente. Foi a única que não usou o entrevistado como mero pretexto para defender a descriminação das drogas.

Assim se fez a imparcialidade de entrevistadores do Roda Viva. Quatro pessoas estavam lá para tentar provar que o entrevistado está errado e tartamudear seus delírios sobre a liberação das drogas, e apenas uma, visivelmente intimidade pela tropa de choque, não exibia o espírito do confronto.

Laranjeira, reitero, se saiu bem porque é uma pessoa preparada, que não se deixa intimidar. Ocorre que um especialista não tem obrigação nenhuma de saber lidar com situações como essa. O que se tinha ali — comprovado pelo episódio do Twitter — era uma arapuca, não uma “roda viva”.

(...)

E isso é pouco

Mas isso é pouco. Se uma bancada com essa composição ainda não lhes pareceu algo heterodoxo, então falemos de um certo Bruno Torturra, um simpatizante declarado do movimento petista “Existe Amor em SP”. Sim, ele estava na bancada do Roda Viva. Fazendo o quê? Deixemos que ele mesmo explique com dois tuítes.

Estava “pilotando da bancada o Twitter” e “ajudando a recolher perguntas”. Já na segunda postagem, ele chama Laranjeira de “proibicionista”. A palavra é um jargão empregado por defensores da liberação das drogas, especialmente da turma ligada à Marcha da Maconha.
(...)



Encerro

Não! Eu não acho que a TV Cultura ou o Roda Viva devam incensar o governo do Estado e suas escolhas administrativas ou políticas, a exemplo do que faz a Lula News. Poderiam se comportar, por exemplo, com isenção! O que lhes parece? Laranjeira conseguiu escapar do linchamento. A questão é saber se uma emissora, pública ou privada, tem o direito de fazer aquilo. Um momento vergonhoso da emissora e do jornalismo. Eis um tipo de jornalismo que não precisa de “controle social” porque já está… controlado.

Por Reinaldo Azevedo

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