domingo, 19 de maio de 2013

Declaração de Maduro sobre eleitores é falsa e criminosa


Segundo o opositor Vicente Díaz, declaração do presidente configura coação pública, pois viola os direitos dos venezuelanos. Maduro disse saber o título de eleitor e as identidades dos 900 mil compatriotas que não participaram do pleito que o elegeu

O Globo


O integrante oposicionista do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Vicente Díaz, classificou de falsa e criminosa as declarações do presidente Nicolás Maduro sobre os eleitores que não foram votar no pleito que o elegeu, informou o jornal “El Nacional” neste sábado.

Num pronunciamento filmado no Estado de Barinas, o líder venezuelano afirmou saber o título de eleitor e as identidades dos 900 mil compatriotas que não participaram da votação. O chefe de Estado disse ainda que teve acesso a “carteiras de identidade e tudo” e lamentou que não teve tanto apoio quanto esperava. O comentário foi denunciado pela oposição como uma tentativa de intimidar o eleitor.

Segundo Díaz, a afirmação do chefe do Executivo configura um ato criminoso e coação pública, pois viola os direitos dos venezuelanos. O opositor destacou que tais declarações são a prova de que existe perseguição políticas contra os trabalhadores do serviço público.

- Ele deve se retratar e dizer que é uma mentira que tem essa informação - ressaltou.

O membro do CNE acrescentou que a única maneira de Maduro saber quem votou em seu nome é que os 900 mil eleitores compareçam ao Palácio de Miraflores e mostrem seus números de cédula. Diaz foi enfático e reiterou que o voto é secreto.

- Colocar em dúvida o sigilo do voto é usar o medo como uma tática de campanha.

Até sexta-feira, o CNE não tinha discutido se daria uma resposta sobre a declaração de Maduro, de acordo com o “El Nacional”. Embora Díaz tenha exigido que o órgão se manifestasse, nem mesmo a presidente do CNE, Tibisay Lucena, que está há 20 dias longe das câmeras, apareceu para defender o reiterado “voto secreto e blindado”, disse o jornal.

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